O camionista português José Azevedo, que diz ter gravado um dos vídeos, que circulou pelas notícias e pelas redes sociais, do trágico acidente de viação de Diogo Jota e do irmão André Silva a arder após o despiste fatal, veio a público, esta quarta-feira, explicar alguns pormenores desta situação que acabou na morte dos dois futebolistas.
Num vídeo de quatro minutos, que foi partilhado pela página Funchal Notícias, o condutor explica que, ao contrário do que têm sido as críticas à sua atitude, assegurou que parou o camião onde seguia e que tentou ajudar os dois futebolistas com recurso a um extintor. José Azevedo ressalva ainda que os dois irmãos passaram por ele na autoestrada, poucos minutos antes do acidente fatal, e que "não iam em excesso de velocidade".
"Corre aí um vídeo na Internet, e nas televisões, do carro do Diogo Jota a arder. Supostamente, foi um camionista que filmou e não prestou os primeiros socorros. Esse camionista fui eu. Fui eu que filmei, tenho provas disso e, se repararem bem, aparece José Azevedo, que é o meu nome. E o vidro partido“, começou por dizer", começou por dizer o condutor português.
"E depois vejo muitos comentários que o camionista só gravou para ter likes, o camionista não precisa de likes para nada. O camionista que sou eu: filmei, parei, peguei no extintor e tentei ajudar. Eu tentei ajudar mas devido ao impacto do acidente, não havia nada a fazer. Rigorosamente nada", garantiu de seguida.
José Azevedo frisou ainda estar de "consciência tranquila". "Os meus sinceros sentimentos à família. Tudo o que eu disser… vale o que vale e eu estou de consciência tranquila. Eu sei o que vi. Passaram por mim tranquilos sem excessos de velocidade. Eu mandei o vídeo para a CMTV porque comecei a ouvir barbaridades. Eu nem sabia quem era. De manhã é que soube que eram os irmãos", ressalvou.
Por outro lado, o camonista português desmente o excesso de velocidade apontado no relatório preliminar das autoridades espanholas.
"Têm a minha palavra que eles não iam em excesso de velocidade. Eu faço esta estrada todos os dias. Sei a estrada que é e não vale m**** nenhuma. É uma estrada escura e eu consegui ver a marca, o carro… tudo direitinho. Mais à frente foi o desfecho que foi. Filmei, parei, tentei ajudar, mas infelizmente nada se podia fazer", concluiu.
Diogo Jota, de 28 anos, jogador do Liverpool, e o irmão André Silva, de 25, futebolista do Penafiel, morreram na quinta-feira de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
O avançado internacional português Diogo Jota jogava nos 'reds' há cinco épocas, tendo conquistado uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga, sagrando-se ainda campeão do Championship, o segundo escalão inglês, com o Wolverhampton.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido pelos espanhóis ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.
Na seleção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações e 14 golos, tendo conquistado duas edições da Liga das Nações, a mais recente no mês passado, em Munique.
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