China quer reconciliação entre inteligência artificial e o seus riscos

O Governo chinês pediu hoje uma reconciliação entre o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e os riscos representados por esta tecnologia, defendendo um consenso global, apesar da rivalidade entre Pequim e Washington neste assunto.

Li Qiang

© YASUYOSHI CHIBA/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
26/07/2025 16:57 ‧ ontem por Lusa

Tech

inteligência artificial

O Presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou esta semana um plano de ação para promover o desenvolvimento irrestrito de modelos americanos de IA nos Estados Unidos e no estrangeiro, descartando as preocupações sobre potenciais abusos.

 

O Presidente norte-americano rompe, assim, com a linha do antecessor democrata Joe Biden, que defendia o desenvolvimento controlado. "Não deixaremos que nenhuma outra nação nos vença" na corrida da IA, declarou Trump.

Hoje, na abertura da Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC) em Xangai, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou para a boa governação e a partilha de recursos, anunciando, nomeadamente, a criação de um organismo, lançado pela China, para estimular a cooperação internacional em IA.

"Os riscos e os desafios associados à inteligência artificial estão a atrair uma ampla atenção (...) Encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento e a segurança requer um consenso urgente e mais amplo de toda a sociedade", sublinhou.

Não forneceu detalhes sobre o novo organismo, embora os meios de comunicação estatais tenham relatado que "a primeira consideração" era que a sede fosse em Xangai (nordeste).

A organização deve "promover a governação global, uma ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios partilhados", informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Numa altura em que a IA se está a integrar em praticamente todos os setores, o uso tem levantado questões éticas significativas, que vão desde a disseminação da desinformação ao impacto no emprego e à potencial perda de controlo tecnológico, avançou a agência de notícias France-Presse.

Durante um discurso na conferência de Xangai, o Prémio Nobel da Física, Geoffrey Hinton, utilizou uma metáfora, 'como um tigre bebé a viver em casa' , para descrever a situação global atual.

Hinton descreveu a atual atitude em relação à IA como semelhante a "uma pessoa adotar um filhote de tigre fofo como animal de estimação". "Para sobreviver", disse, "é preciso ter a certeza de que se pode treiná-lo para que não o mate quando crescer".

Os enormes avanços na tecnologia de IA nos últimos anos também a colocaram na vanguarda da rivalidade entre os Estados Unidos e a China.

A China "incentiva ativamente" o desenvolvimento da IA de código aberto e está disposta a partilhar avanços tecnológicos com outros países, especialmente as nações em desenvolvimento, destacou.

"Se estabelecermos monopólios, controlos ou barreiras tecnológicas, a inteligência artificial corre o risco de se tornar um privilégio de um pequeno número de países e empresas", alertou, por seu turno, Li Qiang.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, alertou, por sua vez, contra o "unilateralismo e o protecionismo" numa reunião subsequente.

Os Estados Unidos intensificaram os esforços nos últimos anos para restringir as exportações de 'chips' avançados para a China, com Washington a manifestar preocupação de que possam ser usados para modernizar as Forças Armadas chinesas e enfraquecer a posição norte-americana na corrida tecnológica.

O primeiro-ministro chinês citou "a escassez de 'chips' e de capacidade computacional" entre uma lista de obstáculos ao desenvolvimento do setor.

Leia Também: Trump lança plano para acelerar criação de IA sem 'viés ideológico'

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