Numa nota hoje divulgada, o partido liderado por Élvio Sousa acusa Gouveia e Melo de ser contra a autonomia ao afirmar que esta linha, "reclamada pelos madeirenses", não é necessária.
O líder parlamentar diz, citado na nota, que "não há coincidências" e lamenta que o almirante "tenha violado o princípio constitucional da coesão territorial e combate às desigualdades sociais e económicas, o que para um aspirante ao cargo de Presidente da República significa que já chumbou no exame prévio".
"Esse senhor almirante revelou-se um verdadeiro anti autonomista, e dessa casta já temos gente a mais", acrescenta Élvio Sousa, referindo-se às declarações de Gouveia e Melo, no sábado, à Antena 1, no âmbito da sua deslocação de três dias à Madeira.
"Em vez de vir à Madeira apresentar soluções para os problemas da mobilidade aérea e marítima, como o regresso urgente da linha marítima e a revisão do subsídio de mobilidade para que os madeirenses não continuem a ser fiadores do Estado, veio cá dizer que não se justifica a linha marítima, importante para baixar o custo de vida, colocando-se ao lado, precisamente, do grupo económico que se opõe ao regresso do ferry para não ter que enfrentar concorrência, em especial na carga", lamenta.
No entender de Élvio Sousa, o candidato presidencial "ofendeu os madeirenses e porto-santenses" e revelou "profundo desconhecimento das dificuldades dos povos insulares".
O secretário-geral do JPP reforça que é "inaceitável que defenda a perpetuação do isolamento ao negar alternativas de mobilidade que comprometem o desenvolvimento económico e social da Região Autónoma da Madeira".
O JPP considera ainda que o almirante cometeu uma "segunda afronta ao defender a continuidade do cargo de Representante da República" e questiona, por outro lado, como é que o antigo presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim (PSD), apoia publicamente esta candidatura, que considera ser a "personificação do mais puro centralismo".
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