"Nós comprometemo-nos a construir, neste mandato, 4.000 casas de rendas acessíveis e controladas, mas sendo 40% delas no interior e sul de Gaia, fazendo desta forma o combate ao despovoamento dessas freguesias", disse hoje Luís Filipe Menezes na apresentação da sua candidatura num hotel perto do Cais de Gaia.
De acordo com o também antigo autarca gaiense (1997-2013), se for novamente eleito Gaia vai "apostar a sério na habitação" e "investir a totalidade a verba que o Governo disponibilzou para Vila Nova de Gaia, que é de 180 milhões de euros".
"E vamos para a porta do senhor ministro das Infraestruuras pedir um bocadinho mais, porque nós merecemos. Somos a terceira cidade do país", frisou.
O candidato apoiado pelo PSD, CDS-PP e IL prometeu ainda "apostar na juventude e os jovens casais", com a criação, a partir de 2026, "600 bolsas de estudo para estudantes do ensino superior", num modelo semelhante ao de Oeiras, e na construção de "modernos 'campus' universitários residenciais" no centro da cidade.
No capítulo da mobilidade, Menezes garantiu "repudiar liminarmente o atual modelo fracassado e inaceitável que exaspera os gaienses", numa referência à rede de autocarros Unir, dizendo que vai "estudar uma alternativa viável, que pode vir a ser a criação de uma empresa de capitais mistos, municipal com parceria com operadores privados", contestando "a situação atual de haver milhares de gaienses que não têm transporte rodoviário".
O também ex-presidente do PSD disse ainda que, na primeira semana de um mandato seu, faria regressar o acesso automóvel livre ao tabuleiro inferior da Ponte Luís I (que está atualmente restrito a horários noturnos) em concertação com o Porto e que implementaria duas faixas para automóveis em toda a Avenida da República.
Ao mesmo tempo que promete devolver espaço ao automóvel na cidade, sugeriu a implementação da cidade de 15 minutos tal como foi feito pela socialista Anne Hidalgo em Paris, um conceito que tem como base, precisamente, a restrição ao automóvel, o privilégio à circulação pedonal e de modos suaves (que já ultrapassam os carros no centro de Paris) e a proximidade de comércio e serviços.
"A cidade que pode propiciar, à distância de 10/15 minutos a cada cidadão, a existência daquilo de tudo que necessita para ter qualidade de vida: desporto, saúde, cultura, comércio, serviços", ilustrou, lançando um projeto experimental no centro histórico e outro numa das freguesias do interior.
Na abertura do seu discurso, lembrou ainda o projeto das várias travessias sobre o Douro lançado quando ainda era presidente, defendendo a sua "racionalidade" e prometendo revisitá-lo junto do seu eventual homólogo portuense.
Na Cultura, prometeu a realização do festival Marés Vivas no interior do concelho e "desenvolver gradualmente" a criação de uma orquestra sinfónica.
Quanto à transparência, disse que iria repor o acesso digital aos processos urbanísticos no concelho, sugeriu a transmissão 'online' das sessões da Assembleia Municipal e a realizar "auditorias externas, por entidades credíveis, aos serviços municipais e às empresas municipais, com caráter regular".
"Ninguém vota em feitos passados", disse a abrir a sua intervenção perante um auditório cheio que, no seu entender, provou que candidatar-se "não foi uma loucura", e a fechar disse que os três meses até às eleições "vão ser duros".
Na corrida à Câmara de Gaia são para já conhecidas as candidaturas de João Paulo Correia pelo PS, de André Araújo pela CDU, de Luís Filipe Menezes pelo PSD/CDS-PP/IL e de Daniel Gaio pelo Volt.
O executivo municipal é composto por 11 lugares, tendo o PS nove e o PSD dois.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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