Muda-se a legislatura, mas tudo indica que o presidente da Assembleia da República continuará a ser uma 'cara conhecida': José Pedro Aguiar-Branco.
No pós-eleições e com oportunidades para reestruturação, os sociais-democratas continuam a apostar naquele que 'chefiou' até agora o Parlamento, acreditando que a eleição decorrerá com "normalidade."
Quanto ao assunto, o líder parlamentar, Hugo Soares, mostrou-se estar confiante na eleição de Aguiar-Branco, defendendo que esta vai decorrer "com total normalidade", não se repetindo os 'chumbos' iniciais do ano passado.
A eleição da mesa do Parlamento vai realizar-se na terça-feira, na primeira sessão plenária da XVII legislatura, que será presidida (exatamente) por Aguiar-Branco.
O que se diz na véspera da eleição?
A notícia de que o lugar ia continuar nas 'mãos' de Aguiar-Branco foi avançada pela SIC Notícias, que detalhou que o cargo para o social-democrata, eleito pelo círculo de Viana do Castelo, está garantindo após conversações entre PSD, Chega e o Partido Socialista.
Mais tarde, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o partido iria propor a recondução de Aguiar-Branco no cargo, assim como para vice-presidente da mesa a deputada Teresa Morais - que também já ocupava esta função na passada legislatura.
O que diz o Chega?
No novo Parlamento, PSD e CDS-PP têm 91 deputados (tinham 80). Quer o PS, com 58 deputados, quer o Chega, com 60, já disseram publicamente que não irão obstaculizar esta eleição.
Numa altura em que o PSD ainda não tinha confirmado que iria colocar o nome de Aguiar-Branco em cima da mesa, o presidente do Chega, André Ventura, disse que viabilizaria o candidato que PSD indicasse para presidente da Assembleia.
"O Chega decidiu não avançar com uma candidatura a presidente da Assembleia da República por entender que, não obstante ser o segundo partido mais votado, houve um partido com mais votação, neste caso uma coligação, e que deve caber a essa coligação a apresentação do candidato a presidente da Assembleia da República", disse André Ventura aos jornalistas.
Sobre os candidatos do Chega para a Mesa da Assembleia da República, Ventura afirmou que o partido vai indicar os mesmos deputados. Na legislatura que agora termina, Diogo Pacheco Amorim foi um dos vice-presidente da Assembleia da República, Gabriel Mithá Ribeiro foi secretário da Mesa e Filipe Melo exerceu a função de vice-secretário.
André Ventura disse também que o Chega transmitiu ao PSD que "não vai exigir nenhuma rotatividade no mandato de presidente da Assembleia da República, tal como aconteceu entre o PS e o PSD no mandato passado".
E o PS?
Já José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS, foi também questionado esta tarde sobre a situação, respondendo: "O PS teve uma posição, que foi assumida pelo secretário-geral interino e pelo presidente do partido, Carlos César, que foi no sentido de o PS não vetar nenhum dos nomes apresentados pelos outros partidos - assim como também de recursar que qualquer outro partido pudesse vetar os nomes que fossem apresentados pelo PS. Se o PSD e a AD entenderam propor Aguiar-Branco à presidência da mesa da Assembleia da República, o Partido Socialista não se opõe a essa proposta."
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