Rui Rio é mandatário da candidatura presidencial de Gouveia e Melo

Num discurso longo e marcado por aplausos, Rui Rio sublinhou que "o candidato tem a visão correta, a capacidade necessária e a determinação para continuar a servir Portugal", encontrando em Gouveia e Melo "a sobriedade, a coragem e a frontalidade que [quer] que caracterizem o nosso Presidente da República".

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Daniela Filipe
31/05/2025 20:41 ‧ ontem por Daniela Filipe

Política

Gouveia e Melo

O almirante Henrique Gouveia e Melo anunciou, este sábado, que o antigo presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, é mandatário nacional da sua candidatura à Presidência da República.

 

"Permitam-me que comece por dar nota da minha satisfação pelo facto de o nosso candidato a Presidente da República ter escolhido o Porto para a apresentação do seu mandatário nacional", começou por introduzir Rui Rio, num jantar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

O social-democrata confessou que é para si "uma honra ter sido o escolhido", assim como ter a possibilidade de discursar "na cidade onde [nasceu], [vive] e, com orgulho, [serviu] como autarca durante bem mais de uma década". Ainda assim, admitiu que era sua "intenção não voltar aos palcos principais da política nacional".

"Desde a instável conjetura externa, até à complexa situação económica e social do nosso país, passando pela degradação acentuada que a própria qualidade da democracia tem sofrido, muitos são os condicionalismos que têm atrasado o nosso desenvolvimento e que, manifestamente, não temos conseguido ultrapassar. Não se ter disponibilidade para a vida pública é, hoje em dia, perfeitamente compreensível. Mas estes condicionamentos, que põem em causa a futura qualidade da vida dos nosso filhos, colocam perante a nossa consciência o dever cívico de renunciar ao nosso comodismo pessoal e, acima de tudo, a uma passividade cúmplice", sustentou.

Rui Rio apontou que, "nestes novos tempos, em que tudo muda a uma velocidade a que nunca antes a humanidade presenciou, tudo também se desatualiza rapidamente", o que "pode ser transformado em oportunidade de desenvolvimento e de progresso, ou ser origem de atraso e de disfunções".

"Quando não realizamos as alterações que esta característica fundamental do nosso quotidiano reclama, ajustando a sociedade às novas realidades, estamos a criar desiquilíbrios, a enquistar interesses e a condenar o país ao atraso. Quando, pelo contrário, temos a coragem e a competência de fazer transformações que os novos tempos exigem, abrimos novos horizontes e caminhamos no sentido do desenvolvimento", complementou.

O antigo líder do PSD considerou que "é precisamente esta coragem e esta competência que têm faltado na política portuguesa", particularmente no que diz respeito ao "sentido de responsabilidade para reformar o que há muito sabemos que tem de ser reformado".

"Precisamos de coragem política para combater os interesses instalados, que prejudicam o interesse coletivo e agravam as injustiças sociais", disse, ao mesmo tempo que alertou que "compete ao poder político agir, repondo a lógica democrática".

"Portugal precisa de um Presidente da República que não se perca no comentário avulso e conjuntural"

Rui Rio vincou ainda que, "na vida pública, nada acontece por acaso", tendo indicado que a "evidente degradação dos nossos serviços públicos, a asfixiante burocracia, a baixa produtividade da nossa economia, os fracos salários, a escassez de poupança e de capital, o exagerado nível da despesa pública, a carga fiscal que não para de aumentar e alimenta políticas eleitoralistas, o endividamento excessivo, o preço da habitação, os graves problemas do SNS, as falhas da nossa escola pública, o desgoverno na política de imigração ou a falta de uma efetiva defesa do consumidor" resulta, na sua ótica, "da falta de coragem para mudar estruturalmente o que há muito já devia ter sido mudado".

O social-democrata argumentou que estes problemas são "o resultado de uma cultura política virada para o marketing e para o curto prazo, em lugar de se fixar no horizonte, ou seja, no futuro, de todos nós", assim como "de falta de diálogo democrático, gerador de instabilidade e de mesquinhos ódios partidários, que têm extremado a vida política nacional e obstaculizado o caminho reformista que o bom senso e a sensatez reclamam".

"Importar para a política os excessos de linguagem que tanta vezes vemos no futebol revela uma evidente falta de cultura democrática. Não nos pode, por isso, admirar, que sendo formalmente uma democracia há mais de 50 anos, também não deixe de ser inequívoco que a sua qualidade e eficácia se têm vindo a degradar de forma evidente. Uma democracia evoluída pressupõe o respeito pelas minorias mas, igualmente, que em situações conflituantes, deve prevalecer a vontade da maioria e não o seu contrário. Só em ditadura é que persistem minorias que condicionam a maioria", atirou.

Num discurso longo e marcado por aplausos, Rui Rio sublinhou que "o candidato tem a visão correta, a capacidade necessária e a determinação para continuar a servir Portugal", encontrando em Gouveia e Melo "a sobriedade, a coragem e a frontalidade que [quer] que caracterizem o nosso Presidente da República".

"Portugal precisa de um Presidente da República que não se perca no comentário avulso e conjuntural, em detrimento do que é verdadeiramente nobre e estruturante. Precisamos de um Presidente que não se feche no Palácio de Belém e que aproveite a comunicação social para falar com os portugueses, mas que não caia na tentação de fazer dela um modo de vida. Precisamos de um Presidente com dimensão e sentido de Estado, condições essenciais para o exercício pleno das suas funções, para ser o verdadeiro guardião do regular funcionamento das instituições democráticas, o árbitro e moderador entre poderes e, fundamentalmente, a entidade de último recurso de vida nacional, porque reconhecidamente livre, isento e independente", disse, numa referência velada ao atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

[Notícia atualizada às 21h40]

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