O Governo alargou o estado de alerta por um período de 48 horas, até às 23h59 de sexta-feira, em função da previsão meteorológica de tempo quente e seco.
Segundo o Executivo, a decisão de prolongar a situação de alerta resulta das "previsões de condições meteorológicas adversas até ao final de sexta-feira", o que "implica um risco muito elevado de propagação de incêndios rurais".
Explicou o Ministério da Administração Interna (MAI) que a "vigência da situação de alerta, e as respetivas proibições, têm efetivamente contribuído para uma redução relativa das ignições".
A partir de Faro, à margem de uma inauguração de fogos de habitação para realojamento, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, também abordou o assunto, dando a mesma justificação do MAI.
Para o Chefe de Governo, com o prolongamento da situação de alerta as autoridades podem reforçar o dispositivo operacional e exercer uma maior fiscalização e vigilância, assim como aplicar restrições de acesso a áreas florestais ou interdição de labores no campo ou uso de maquinaria.
"Diminuição dos riscos"
O líder do executivo apelou assim à compreensão e à colaboração da população para reduzir ao máximo as ignições e evitar que deflagrem novos incêndios e salientou que a situação de alerta tem permitido uma "diminuição dos riscos", perante uma situação meteorológica que ainda vai apresentar "severidade" até, pelo menos, sexta-feira.
Montenegro manifestou ainda solidariedade com a população afetada pelos incêndios que se têm registado pelo país há mais de uma semana e deixou também um agradecimento a todas as forças de segurança, proteção civil e bombeiros que têm participado no combate aos fogos ao longo da onda de calor que tem afetado o país.
Já questionado pelos jornalistas sobre as críticas do presidente da Câmara de Vila Real sobre o combate ao incêndio que deflagrou em 2 de agosto em Sirarelhos, Luís Montenegro respondeu que existe um dispositivo de 15 mil operacionais e que todos os meios estão em prontidão.
Montenegro garante que Governo está a "dar o máximo"
"Nós compreendemos que aqueles que têm sido confrontados com este drama possam às vezes ter manifestações de indignação, é normal, mas a verdade é que todos nós estamos a dar o máximo, todos nós queremos e vamos continuar a dar o máximo", disse, acrescentando que o Governo está concentrado em diminuir riscos e em encontrar melhores respostas.
"Nós estamos a dar tudo aquilo que temos para dar, estamos a fazer um esforço enorme e vamos continuar a fazer", referiu, adiantando que o Governo que todos os envolvidos estão com "um espírito de unidade e solidariedade para poder evitar perdas, para poder diminuir o impacto negativo de um fenómeno que, infelizmente, não conseguimos travar, apesar de todo o esforço que tem sido feito", concluiu.
Recorde-se que o presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, afirmou na segunda-feira estar na hora de ouvir a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e o Governo sobre o incêndio que há 11 dias consome o concelho em "lume brando", após uma forte reativação verificada na tarde de segunda-feira.
No domingo à noite, o autarca tinha já apelado a um forte reforço de meios para o combate ao fogo que desde que deflagrou, em 2 de agosto, passou por 17 aldeias deste concelho, incluindo área do Parque Natural do Alvão (PNA), apelando também a que os meios se mantivessem no terreno.
Reativação em Trancoso por causa da trovoada
Vários incêndios em Portugal Continental continuam a preocupar as autoridades, esta quarta-feira.
O incêndio que lavra desde sábado em Trancoso, no distrito da Guarda, por exemplo, sofreu uma reativação durante a madrugada por causa da trovoada e obrigou a um reforço de meios no terreno.
Devido à reativação, os meios no local foram reforçados e, pelas 07h40, estavam a combater as chamas 520 elementos, apoiados por 170 viaturas.
O incêndio de Trancoso era, pelas 07h40, o que mobilizava mais meios dos diversos fogos em território nacional, segundo a informação disponível na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
No total, mais de 2.650 bombeiros estão a combater as chamas em território nacional, apoiados por 867 viaturas.
Popular detido durante combate na serra do Alvão
Nos últimos dias têm sido detidas várias pessoas por suspeitas de serem os responsáveis de vários dos incêndios que estão a assolar Portugal Continental.
Ainda ontem, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de duas pessoas por este tipo de crimes. Um homem em Pinhel, no distrito de Guarda, e uma mulher em Lousada, distrito do Porto.
Hoje, um popular foi detido pela Guarda Nacional Republicana (GNR) durante o combate às chamas na serra do Alvão, em Vila Real, pelo mesmo crime. Neste caso, o homem estaria a fazer "contrafogo", algo que o comandante Sub-regional do Médio Tejo, David Lobato, realçou que está errado. "Os incêndios não se combatem dessa forma", realçou.
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