Em comunicado, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), indicou que, a partir deste mês e até outubro, a EON do Monte do Outeirão, naquele concelho do distrito de Setúbal, volta a ser palco de mais uma Campanha Internacional de Anilhagem de Aves.
Deste total de capturas na campanha do ano passado, segundo o organismo, "foram anilhadas 2.589 aves de 78 espécies e subespécies, tendo as restantes 617 aves sido recapturadas".
A primeira campanha de anilhagem na Lagoa de Santo André teve lugar em 1977 e esta atividade realiza-se, anualmente, e atrai especialistas em aves de todo o mundo, mas também todos os que queiram saber mais sobre avifauna.
Até 10 de outubro, serão realizadas diversas atividades na EON, inaugurada em 2004, entre ações de formação de anilhagem de aves e visitas diárias à estação, que acolhe, todos os anos, centenas de alunos, famílias e turistas.
"As ações de formação visam capacitar os participantes com conhecimentos teóricos e práticos sobre a anilhagem de aves, incluindo visitas de campo para a montagem e desmontagem de redes de captura, anilhagem e observação de aves", explicou o ICNF.
A nível nacional, estas ações são coordenadas pelo ICNF, através do Centro de Estudos de Migrações e Proteção de Aves (CEMPA) e da Central de Anilhagem.
"A anilhagem é uma técnica essencial para o estudo das migrações, locais de repouso e reprodução das aves, fornecendo dados valiosos para a conservação das espécies", sustentou o ICNF, reconhecendo que a Lagoa de Santo André tem sido "um ponto crucial" para este trabalho.
Segundo o mesmo organismo, o processo de formação de anilhadores "é exigente e prolonga-se por cerca de dois a três anos. Durante este período, o anilhador aprendiz é sujeito a uma avaliação final, com o objetivo de verificar a qualidade e o rigor do seu trabalho".
"Todos os anilhadores estão vinculados a um código de conduta obrigatório, que visa garantir o bem-estar das aves selvagens", frisou.
A área da EON, com 270 hectares, atrai "ornitólogos de todo o mundo, contribuindo significativamente para a proteção da avifauna, permitindo recolher informação fundamental para a proteção eficaz das espécies de aves migratórias e residentes".
O ICNF revelou, no comunicado, que, "desde o início das campanhas, foram capturadas, recapturadas e anilhadas um total de 173.266 aves de 192 espécies".
"As espécies mais capturadas são o rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaeus), a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) e a felosa-musical (Phylloscopus trochilus)", especificou.
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