Francisca Maria Souza dos Santos, de 44 anos, está desaparecida há precisamente 44 dias, desde o dia 20 de junho. O mistério em torno do seu paradeiro continua a dar que falar e a atuação do namorado, Luís Jesus, tem levantado suspeitas.
Ao longo dos últimos dias foram várias as informações que surgiram, em diferentes meios de comunicação social, sobre o homem, que já terá sido, inclusive, interrogado pela Polícia Judiciária (PJ).
As primeiras suspeitas surgiram perante a abordagem que Luís Jesus fez à mãe da namorada, que mora no Brasil, aquando do desaparecimento desta.
Através de várias mensagens de voz, enviadas à progenitora da imigrante brasileira, o homem garantiu sempre que estava inocente e com a "consciência tranquila".
No entanto, para o irmão de Francisca, Antônio Santos, o que Luís Jesus queria era saber mais sobre ex-relacionamentos da namorada e obter informações sobre a investigação das autoridades ao desaparecimento.
Bilhetes suspeitos e cartão multibanco desaparecido
Além das luzes acessas e da televisão ligada, há outros detalhes que a família acha suspeitos. Do computador de Francisca foram apagados vários ficheiros e a sua conta de e-mail não tinha nenhum item recebido nem enviado.
Há ainda um bilhete, deixado na bíblia, e uma carta estranha. "Tenho um casamento com Luís Jesus, a quem amo muito e estou muito feliz e grata", lê-se na nota escrita, alegadamente, por Franscisca e encontrada na bíblia pelo irmão desta, na casa arrendada à brasileira, em Tabuaço.
Já Ismael Tomé, o senhorio de Francisca, revelou, em entrevista à SIC Notícias, que encontraram na mesma residência uma carta, na qual a arrendatária falava em "desilusão". Junto a ela estava também uma aliança. Sinais que deram a Ismael a sensação de que a brasileira se tinha zangado com o namorado.
Entretanto, o irmão de Francisca confirmou também, em entrevista a diferentes meios de comunicação social, que o cartão da conta bancária onde a cozinheira recebia o ordenado desapareceu, assim como o papel onde a irmã terá marcado o código pin do mesmo. Quem o levou, ninguém o sabe, mas as suspeitas estão no ar.
Luís não é médico, mas sim cantoneiro. E tem mulher há 15 anos
Na quarta-feira, 23 de julho, o Correio da Manhã (CM) revelou que Luís Jesus, ao contrário do que, alegadamente, tinha dito a Francisca e à família da imigrante, não é médico cirurgião na CUF Lisboa. O lisboeta será sim cantoneiro no concelho de Loures.
Ainda segundo o matutino, Luís Jesus vive maritalmente com uma mulher há cerca de 15 anos, em Lisboa, o que sempre terá escondido de Francisca e da família da imigrante, com quem falava frequentemente.
O casal ter-se-á conhecido no site de encontros Badoo, muito usado pela comunidade brasileira, há cerca de dois anos. No entanto, Francisca não terá sido a única mulher brasileira a quem Luís contactou nesta app com o objetivo de ter uma relação extraconjugal.
Luís conhecia mulheres online. "Não é bom da cabeça"
Na mesma altura, revela o programa Linha Aberta, da SIC, Luís "meteu conversa com outras cidadãs brasileiras e chegou mesmo a marcar encontros e encontrar-se com elas".
Aos jornalistas da SIC, uma das mulheres revelou que ele não era "bom da cabeça", mostrava "algum tipo de perturbação psicológica" e um "discurso pouco coerente".
Também a esta mulher disse ter uma profissão que não cantoneiro. Disse ser segurança, apesar de nunca ter revelado onde trabalhava.
Vizinhos "aterrorizados". Luís envolvido na morte de irmã?
Segundo o mesmo programa, os vizinhos da quinta que Luís tem, no Bairro do Catujal, em Unhos, Loures, vivem "aterrorizados" com a presença do homem no local, uma vez que suspeitam que este esteja envolvido na morte da irmã, que ocorreu há vários anos.
Uma versão que o Correio da Manhã corrobora na sua edição de hoje. De acordo com o matutino, Rita, que morreu aos 48 anos, alegadamente de um aneurisma, terá sido espancada durante vários anos pelo irmão e até trancada em casa.
Os vizinhos chegaram a apresentar diversas vezes queixa, chamaram a polícia, mas nada foi feito. A mulher acabaria sempre por inocentar o irmão, dizendo que tinha caído.
A comunidade local espera agora que o desaparecimento de Francisca leve as autoridades a reabrirem a investigação às agressões a Rita, que vivia na quinta que Luís disse a Francisca ser sua.
Recorde-se que Francisca, de 44 anos, está desaparecida desde 20 de junho. A imigrante brasileira, que vive em Portugal há 4 anos, foi vista pela última vez na noite desse dia, de pijama, a ir despejar o lixo doméstico.
Com ela levou apenas o telemóvel que perdeu o sinal junto aos contentores do lixo.
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