Um jovem morreu afogado na quarta-feira numa piscina de um aldeamento no concelho de Mira, distrito de Coimbra. O seu caso é apenas um dos vários que já aconteceram este ano e que levam a APSI e a GNR a reforçar o apelo sobre os cuidados a ter.
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil revelou os dados dos afogamentos em Portugal, dando conta de que o número de mortes e internamentos em crianças e jovens na sequência de um afogamento tem diminuído nas últimas décadas. Porém, entre 2020 e 2023 o número médio de mortes por afogamento, por ano, subiu, tendo-se registado neste último ano 10 mortes por afogamento até aos 19 anos.
"Nos últimos 4 anos para os quais há dados oficiais disponíveis, morreram por afogamento 19 crianças até aos 4 anos, 4 entre os 5 e os 9 anos, 8 adolescentes entre os 10 e os 14 anos e 24 jovens entre os 15 e os 19 anos", lê-se no relatório divulgado por esta associação e que pode aceder aqui.
Nos últimos 13 anos analisados pela APSI, em média, por ano, 10 crianças morreram na sequência de um afogamento e 21 foram internadas. O maior número de mortes por afogamento ocorre na faixa etária dos 15 aos 19 anos e o maior número de internamentos na faixa etária dos 0 aos 4 anos.
Para além das mortes por afogamento, existem ainda a registar 650 internamentos na sequência de um afogamento, o que significa que, por cada criança que morre, aproximadamente 2 são internadas (total dos 22 anos).
Em termos de padrões de ocorrência, a maioria das vítimas são do sexo masculino e as piscinas são os locais onde os afogamentos mais acontecem, nomeadamente piscinas de uso particular. Tem se registado um aumento dos afogamentos em planos de água naturais como rios e praias.
As crianças de 0 aos 4 anos são as que mais se afogam em piscinas, enquanto os jovens dos 10 aos 14 anos são os que mais se afogam em rios, ribeiras, lagoas e na praia.
No sentido de reforçar a consciencialização da sociedade para a problemática do afogamento de crianças e jovens, a GNR aliou-se às campanhas de prevenção e segurança e encontra-se no terreno desde o dia 16 de junho e até 30 de setembro, para incentivar à adoção de medidas de prevenção, por forma a que todos tenham um verão e umas férias em segurança.
Segundo esta força de segurança, os números dos afogamentos são “absolutamente devastadores”.
Num comunicado enviado às redações, a GNR recorda que há 23 anos que a APSI desenvolve a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens em Portugal, sendo que, há quatro edições, conta com a parceria da Guarda Nacional Republicana (GNR).
A finalidade máxima da campanha, refere, é a sensibilização das famílias para a forma como o afogamento infantil ocorre, nomeadamente, de forma rápida, silenciosa e em pouca água.
Leia Também: Registadas duas mortes e 208 salvamentos desde o início da época balnear