Rui Tato Marinho, diretor clínico do Hospital Santa Maria, em Lisboa, foi demitido na sequência das cirurgias em produção adicional que têm vindo a ser denunciadas nas últimas semanas.
A notícia é avançada pela CNN Portugal, que refere que a exoneração foi pedida na semana passada pelo presidente do conselho de administração, Carlos Martins, após conhecer o resultado das auditorias às cirurgias adicionais.
De acordo com estação televisiva, a demissão foi aceite esta quarta-feira pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
A governante terá também dado 'luz verde' para a sucessora, que, segundo a CNN Portugal será Ana Isabel Lopes - que, até agora, era a diretora do serviço de Pediatria. Ana Isabel Lopes não é também um nome 'desconhecido' do público, já que foi chamada à Comissão Parlamentar de Inquérito acerca das gémeas luso-brasileiras que receberam, no mesmo hospital, o medicamento Zolgensma.
Foi Ana Isabel Lopes quem 'atendeu' a chamada da Secretaria de Estado da Saúde, então tutelada por António Lacerda Sales. Foi nesta, feita pela secretária pessoal de Lacerda Sales, que foi solicitada "uma consulta de neuropediatria e uma avaliação clínica para duas crianças (gémeas) com diagnóstico de uma patologia específica."
A polémica
Note-se que já esta semana tinha havido demissões neste departamento, na sequência de serem conhecidos os resultados preliminares do relatório interno solicitado pelo presidente do Conselho de Administração às cirurgias adicionais no Santa Maria.
Após ter sido confrontando com os resultados, que confirmaram irregularidades no serviço de Dermatologia, o diretor do serviço de Dermatologia, Paulo Filipe, apresentou a demissão.
Um dos casos polémicos neste hospital diz respeito a uma dermatologista que registou a realização de diversas cirurgias em seu nome, tendo estas sido feitas por médicos internos - enquanto esta se encontrava num congresso em Itália.
A notícia foi avançada pela TVI, e, segundo a emissora, a médica ganhou quase 113 mil euros em sete dias de cirurgias em produção cirúrgica adicional (sábados).
Já antes, tinha sido noticiado o caso de um outro médico que ganhou 400 mil euros em dez sábados de trabalho adicional no ano passado (e 51 mil euros em apenas um dia de trabalho). O médico garante que operou "quem precisava ser operado" e que não incorreu em "ilícitos" nem desrespeitou as regras que lhe foram comunicadas.
[Notícia atualizada às 19h08]
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