Morte de bebés? Ministra aponta que "desfecho dificilmente seria evitado"

A ministra da Saúde considerou que o desfecho dos casos das grávidas que perderam os bebés nas últimas semanas "dificilmente seria evitado", já que "a medicina ainda não consegue resolver tudo".

ministra da Saúde, Ana Paula Martins

© Gerardo Santos / Global Imagens

Daniela Filipe
09/07/2025 22:41 ‧ há 9 horas por Daniela Filipe

País

Ana Paula Martins

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reforçou, esta quarta-feira, “lamentar profundamente” o desfecho dos casos das grávidas que perderam os bebés nas últimas semanas, que "dificilmente seria evitado", mas assinalou que “a medicina ainda não consegue resolver tudo”. Considerou, ainda assim, que “não podemos normalizar a ideia de que ter urgências fechadas é algo normal”.

 

“Durante este ano, fizemos um trabalho que teve já reflexos, nomeadamente na área da obstetrícia. Se me pergunta se está tudo feito, não está. Vamos levar algum tempo a conseguir estabilizar, nomeadamente a Península de Setúbal que, como sabemos, é a área mais crítica. Já era a área mais crítica quando entrámos”, começou por referir, em entrevista à SIC Notícias.

Ana Paula Martins deu conta de que, este ano, e ao contrário do ano passado, o Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, estará “pelo menos em 11 dias com abertura total”. Já os hospitais do Barreiro e de Setúbal, “ainda em rotatividade”, verão uma alteração do modelo a partir de 1 de setembro.

A responsável pela Saúde sublinhou ainda que a situação na Margem Sul melhorou “muito este ano, mas não está perfeita, de maneira nenhuma”.

“Temos sempre uma urgência aberta. Neste momento, temos apenas uma urgência fechada no país, que é o HGO, mas temos o Barreiro aberto e Setúbal com referenciação para CODU”, disse.

Ana Paula Martins ressalvou que “não podemos normalizar a ideia de que ter urgências fechadas é algo normal”, ainda que tenha salientado que, “sobretudo até à pandemia, tínhamos, de facto, uma capacidade de resposta em termos de urgência que, hoje, não temos, porque não temos recursos humanos suficientes – médicos e enfermeiros”.

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Questionada quanto à sua falta de empatia no tratamento dos casos das duas grávidas que perderam os bebés nas últimas semanas, a ministra lamentou ser essa a imagem que “muitas pessoas” têm de si.

Admito e lamento que seja essa a imagem – e sei que é verdade – que muitas pessoas têm de mim. Só posso ser eu a responsável por isso, mais ninguém. [Mas] tive sempre o cuidado e o dever de lamentar profundamente aquilo que se tinha passado, independentemente de, nestes dois casos, o desfecho, infelizmente, ser dificilmente evitado”, disse.

E complementou: “Sou mãe, tenho dois filhos. No meu primeiro filho, que hoje tem 29 anos, estive numa situação muito grave. Podia não ter sobrevivido e o meu filho também. Não quero imaginar o que teria sido, hoje, entrar em casa e não o ter lá. Portanto, não poderia nunca não sentir de perto o que estas mulheres devem ter sentido, e não há palavras de consolo. O que acontece é que a medicina ainda não consegue resolver tudo.”

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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou hoje que abandonará o cargo no dia em que o primeiro-ministro entender que a sua missão chegou ao sim, sublinhando que até lá continuará no Governo.

Lusa | 19:01 - 04/07/2025

Já posteriormente, durante o programa ‘Importa-se de repetir?’, no mesmo canal televisivo, Ana Paula Martins referiu que equacionaria abandonar o cargo quando lhe faltasse “força”, “ânimo” ou “capacidade”.

“No dia em que sentir que me falta a força, que me falta o ânimo, ou que até me falta a capacidade de - juntamente com a equipa - coordenar o desenho das políticas e a sua implementação, ou se tiver um problema de saúde ou familiar, nesse dia, direi”, assumiu.

Leia Também: Marcelo espera ouvir da ministra plano para o SNS nos próximos anos

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