Em resposta a um pedido de informações sobre o acontecido no distrito de Bragança, a Procuradoria-Geral da Republica confirmou "a instauração de inquérito, o qual se encontra em investigação".
Segundo informações recolhidas na altura dos factos junto do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), "no dia 12 de março, pelas 18h44, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM recebeu uma chamada para apoio a uma utente de 69 anos, após uma queda da própria altura".
O INEM explicou que depois, e após triagem e aconselhamento por parte do CODU, foi acionada uma ambulância da corporação de Macedo de Cavaleiros, a cerca de 30 quilómetros.
"As entidades parceiras do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) da região, mais próximas da ocorrência, incluindo os Bombeiros de Alfândega da Fé, informaram não ter ambulâncias disponíveis por ocupação noutras missões de emergência médica que ocorriam em simultâneo", descreveu o instituto médico.
Segundo ainda o INEM, e seguindo o protocolo que está instituído, " o CODU ligou para o contactante [pessoa que ligou para o INEM] para fazer o acompanhamento e aconselhamento sobre o estado de saúde da utente e informar sobre a previsão de tempo para chegada do meio ao local. Nesta chamada, o CODU foi informado que já não seria preciso ambulância porque a utente já se encontrava no centro de saúde", lê-se no esclarecimento de março.
Pelas 19h11 dessa tarde, segundo a mesma fonte, o Centro de Saúde de Alfândega da Fé contactou o CODU "solicitando apoio para o transporte e referenciação hospitalar por aparente agravamento clínico".
Desta vez, o CODU "mobilizou para o local uma ambulância do Corpo de Bombeiros de Mirandela, que no momento era a entidade mais próxima e simultaneamente com disponibilidade de meio para efetuar a transferência da utente do Centro de Saúde de Alfândega da Fé para o Hospital de Bragança".
Mirandela dista 42 quilómetros de Alfândega da Fé, pelo percurso mais rápido, de acordo com os mapas digitais.
De Alfândega da Fé até Bragança são cerca de 72 quilómetros, quase uma hora de trajeto.
Segundo a informação disponibilizada em março pela corporação que fez o transporte, a utente deu entrada na urgência do hospital de Bragança às 21h14.
O INEM disse que "a indisponibilidade momentânea de meios no sistema, não sendo desejável, pode ocorrer em momentos de maior procura dos serviços de emergência médica".
A utente, segundo apurou a Lusa junto de fonte ligada ao caso, acabou por morrer três dias mais tarde, com um diagnóstico a apontar para um Acidente Vascular Cerebral.
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