Vice-PM italiano considera "bom senso" questionar vacinação obrigatória

O líder do partido radical de direita Liga e vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, defendeu hoje que ter dúvidas sobre a vacinação obrigatória é uma questão de "bom senso", entrando em choque com o ministro da Saúde, Orazio Schillaci.

Matteo Salvini

© Reuters

Lusa
20/08/2025 13:25 ‧ há 2 horas por Lusa

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Matteo Salvini

A nova polémica no seio da coligação governamental de direita e extrema-direita liderado por Giorgia Meloni ocorre na sequência da decisão tomada na passada segunda-feira pelo ministro Schillaci -- médico e político independente -- de extinguir um comité ministerial de vacinas que ele próprio nomeara há menos de duas semanas, face à polémica presença entre os 22 especialistas de dois médicos conhecidos pelas suas posições antivacinas, e agendar a nomeação de um novo comité em setembro.

 

Salvini, líder de um partido que já defendeu o fim das vacinas obrigatórias e que tem entre o seu eleitorado muitos simpatizantes dos movimentos antivacinas, comentou hoje o caso durante um evento em Milão, insurgindo-se contra a decisão da extinção do comité, afirmando que não lhe parece "cientificamente correto" afastar pessoas simplesmente por discordarem da "corrente dominante".

"Não acho que seja anticientífico expressar dúvidas sobre as vacinas obrigatórias, que não existem na maioria dos países europeus, acho que é uma questão de bom senso", declarou hoje Salvini, ministro dos Transportes e Infraestruturas no Governo formado pelos Irmãos de Itália de Meloni (partido pós-fascista), pelo Força Itália (direita) e pela 'sua' Liga, de direita radical.

Salvini esclareceu que não pede a demissão de Schillaci, mas disse estranhar a decisão do ministro de extinguir uma comissão que ele próprio nomeara dias antes, na sequência de pressões da comunidade científica e partidos da oposição, de centro-esquerda, e comentou que "evidentemente, algo não está a funcionar no Ministério" da Saúde.

O vice-primeiro-ministro insistiu que os dois médicos em causa, um dos quais pediatra, "não são antivacinas e simplesmente pedem que sejam tidos em conta não só os benefícios das vacinas, mas também quaisquer potenciais efeitos colaterais".

"Na minha opinião, demitir a comissão foi um sinal terrível, tanto do ponto de vista científico como cultural", concluiu o líder da Liga.

Enquanto o partido Irmãos de Itália, de Meloni, também criticou a decisão de Schillaci, o Força Itália, partido fundado pelo magnata e antigo primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, e agora dirigido por Antonio Tajani, o outro vice-primeiro-ministro do atual Governo, saudou a decisão do ministro de nomear um novo comité, expondo mais uma divisão no seio da coligação governamental.

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