"O encerramento da Lusa e da RTP pela Guiné-Bissau é o mais recente sinal da hostilidade do Governo em relação aos meios de comunicação social e levanta preocupações significativas sobre o acesso do público ao jornalismo independente nas vésperas das eleições gerais do país, em novembro", disse Muthoki Mumo, numa declaração enviada à Lusa.
A Guiné-Bissau, continuou, "deve permitir que a Lusa e a RTP continuem a operar livremente e garantir que os jornalistas possam trabalhar no país sem interferências indevidas".
O Governo de iniciativa presidencial expulsou a comunicação social portuguesa da Guiné-Bissau, decretando o fim das emissões, com efeitos imediatos em 15 de agosto e a saída do país dos representantes destes órgãos até quatro dias depois, sem avançar qualquer justificação.
O chefe de Estado guineense convocou eleições gerais presidenciais e legislativas para 23 de novembro, que serão totalmente organizadas internamente, pela primeira vez, na Guiné-Bissau.
As direções de informação da Lusa, RTP e RDP reagiram, em conjunto, à decisão do Governo guineense, que descrevem como "um ataque deliberado à liberdade de expressão".
As direções de informação exigem que os jornalistas da Lusa, da Rádio e da Televisão da RTP possam continuar a exercer o direito de informar na Guiné-Bissau".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) repudiou a expulsão da agência Lusa, RTP e RDP da Guiné-Bissau, que classificou de "altamente censurável e injustificável".
Paulo Rangel encontrou-se, na segunda-feira, em Lisboa, com o homólogo da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, expressando a expetativa de que a situação "possa ser ultrapassada".
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