Mulher baleada "por lapso" pela polícia moçambicana. "Raspou no braço"

Uma pessoa foi baleada hoje "por lapso" pela polícia moçambicana quando decorria uma operação para retirar vendedores informais dos passeios da Praça dos Combatentes em Maputo, capital de Moçambique, disse à Lusa fonte oficial.

Moçambique: manifestações

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Lusa
21/07/2025 19:05 ‧ há 4 horas por Lusa

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Moçambique

"Quando se tentava isolar dois cidadãos que estavam mesmo a criar desordem pública, então, por lapso, um colega da polícia disparou sem se aperceber e o tiro raspou no braço de uma cidadã, que prontamente foi socorrida ao hospital e neste momento está mesmo sob cuidados", disse à Lusa Naftal Lay, porta-voz da polícia municipal em Maputo, que estava no local do incidente.

 

Um aparato policial de mais de meia centena de agentes obrigou hoje vendedores informais a abandonarem passeios da Praça dos Combatentes e ocuparem bancas no interior do mercado, em Maputo, capital moçambicana, após uma semana de sensibilização. 

Naftal Lay manifestou preocupação sobre o baleamento da mulher, uma situação que considera que "não os identifica como polícias", e pediu ainda que as pessoas "não se agitassem" contra os agentes porque "o trabalho da polícia é um risco".

Apesar de "um momento de alguma tendência de agitação", o porta-voz da polícia municipal garantiu que a situação naquela praça voltou ao "normal e [está] controlada". 

"Neste momento, o clima voltou a acalmia, estamos aqui a trabalhar, continuamos a controlar a situação na praça", referiu, alegando ter sido ação de pessoas que "pretendiam perturbar o trabalho da polícia". 

O porta-voz da polícia municipal esclareceu, mais cedo, que não havia "pretensão de se avançar com alguma medida coerciva" contra os vendedores face ao contingente policial no local, referindo tratar-se apenas de uma medida preventiva. 

"A presença da polícia aqui é mesmo no sentido preventivo", disse Naftal Lay, minutos depois da chegada de mais agentes de proteção pública com escudos e cassetetes durante a manhã. 

A autarquia de Maputo anunciou, em 12 de julho, que pretendia retirar os vendedores informais das bermas da estrada e dos passeios, alegando que estes correm risco de vida e dificultam a circulação, num ultimato que tinha sido dado para a passada segunda-feira, mas que acabou por ser prorrogado até ao fim de semana. 

Naftal Lay referiu ainda hoje que, precisamente, a polícia avançou com "medidas proibitivas" após excederem os sete dias de prorrogação para a venda em locais "impróprios", referindo que um total de 1.743 vendedores informais passaram a ocupar as bancas indicadas no mercado local ao longo do tempo de trabalhos de sensibilização realizados pelas autoridades. 

Os lugares no passeio, habitualmente repletos de informais, estavam hoje ocupados por agentes da polícia de proteção pública e da polícia municipal logo às 06:00 da manhã (05:00 em Lisboa) para travar os vendedores que ainda tentavam improvisar as bancas nas bermas, contrariado a ordem municipal. 

Com os passeios vazios, apenas vendedores ambulantes continuavam resistentes à ordem de retirada, alegando falta de espaço no interior do mercado. 

O responsável pediu também a colaboração dos utentes daquela via, que compram produtos na praça, a entrarem para o mercado ou em locais adequados para fazer as suas compras. 

"Não procurem por este caminho, procurem sim os vendedores em locais apropriados, os vendedores estarão nos mercados, tanto como no Coreano, como no Mazambane, 01 de junho e não neste local que é impróprio para a compra de qualquer tipo [de produto]", concluiu Naftal Lay. 

A Praça dos Combatentes confunde-se com um mercado devido à característica azáfama, entre vendedores aos gritos a exibir os seus produtos, transportadores públicos a chamar por passageiros e automobilistas a buzinar para tentar afastar vendedores e clientes que ocupam parte da estrada, além dos passeios.

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