"Face às atividades terroristas na zona, o exército está a expandir as suas operações através de manobras de força terrestre e de fogo de surpresa pesado. Para vossa segurança, pedimos-vos que se retirem imediatamente para oeste", indicou o porta-voz do exército israelita em língua árabe, Avichay Adraee, num comunicado.
As forças armadas israelitas já tinham ordenado a evacuação destes setores no domingo, embora na altura tenham apenas dito que se preparavam para fazer ataques na zona, sem mencionar quaisquer operações terrestres.
Estas ordens contribuem para a deslocação forçada de ainda mais pessoas para Al-Mawasi, uma zona costeira no sul de Gaza já sobrelotada e que alberga atualmente cerca de 425.000 pessoas, de uma população total de 2,1 milhões.
Embora o exército tenha descrito estas praias como uma "zona segura" desde maio de 2024, submeteu-as a bombardeamentos regulares.
A 18 de março, quando Israel quebrou o cessar-fogo em Gaza, o exército retirou este estatuto de segurança, confirmou à agência noticiosa espanhola EFE um porta-voz militar.
No entanto, o exército israelita continua a dirigir a população para lá quando ordena evacuações.
No domingo, aviões israelitas lançaram um ataque contra a rua Al-Nas, em Al-Mawasi, de acordo com os serviços de emergência da Defesa Civil do enclave palestiniano.
A agência noticiosa oficial palestiniana, Wafa, estima que seis pessoas morreram nos ataques de hoje contra esta zona de deslocados.
Entre 18 de março, data do recomeço da guerra em Gaza, e 16 de junho, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU registou a morte de 380 pessoas em Al-Mawasi, 158 das quais mulheres e crianças.
Esta zona costeira tem cerca de 8,9 quilómetros quadrados e tem atualmente uma densidade de cerca de 48.000 pessoas por quilómetro quadrado.
Na sua parte mais estreita, a distância entre o mar e o que Israel considera uma zona de combate é de cerca de 540 metros.
"Antes da guerra, Gaza já era uma das zonas mais densamente povoadas do Médio Oriente, com 5.500 pessoas por quilómetro quadrado", de acordo com um relatório da ONU de 30 de junho.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 57 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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