O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou em conferência de imprensa que a operação, numa zona de concentração de imigrantes sul-americanos, envolveu corridas a cavalo em campos de futebol infantil vazios, apenas para câmaras de televisão, responsabilizando o Presidente Donald Trump e o seu executivo.
"Só uma pessoa fraca faz um espetáculo destes" , afirmou Newsom, que se opôs ao envio de militares para o terreno.
"Continuaremos a proteger as nossas diversas comunidades --- resistindo a esta crueldade promovida pelo Presidente", adiantou.
A presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass, deslocou-se ao local para solicitar a saída dos agentes federais depois de ter avistado crianças junto ao parque.
"O que vi hoje [segunda-feira] no parque parecia uma cidade cercada, sob ocupação armada, e devo dizer que, tendo passado muitos anos a viajar para zonas de conflito, sei que é assim que uma cidade se parece antes de um golpe", afirmou Bass em conferência de imprensa.
A agência norte-americana de imigração e alfândegas (ICE, na sigla em inglês) lançou na segunda-feira uma operação de detenção de imigrantes ilegais em Los Angeles, com apoio de militares da Guarda Nacional e blindados.
A operação no Parque MacArthur, num bairro cerca de 3 km a oeste do centro de Los Angeles e com uma grande população imigrante, inclui 90 militares da Guarda Nacional da Califórnia, 17 blindados Humvee, quatro veículos táticos, duas ambulâncias e soldados armados, segundo a agência AP.
A operação surge depois de no mês passado Los Angeles ter vivido tumultos quando o Presidente Donald Trump enviou para a cidade milhares de membros da Guarda Nacional e fuzileiros navais no ativo, em reação a protestos contra operações anteriores de imigração.
A presidente do Conselho Municipal de Los Angeles, Marqueece Harris-Dawson, afirmou em conferência de imprensa que a situação no Parque MacArthur, "foi aterradora".
"Com base em todos os vídeos disponíveis e em todas as informações internas que recebemos, não é claro se alguém foi detido. Nem se havia um alvo legítimo para as autoridades migratórias. O que vimos esta manhã pareceu mais uma preparação para um vídeo do TikTok", acrescentou.
Um helicóptero do Departamento de Segurança Interna (DHS) foi visto a sobrevoar a área, enquanto os agentes em terra se deslocavam em veículos blindados e a cavalo, causando alarme entre os presentes.
A operação surge depois de no mês passado Los Angeles ter vivido tumultos quando o Presidente Donald Trump enviou para a cidade milhares de membros da Guarda Nacional e fuzileiros navais no ativo, em reação a protestos contra operações anteriores de imigração.
Trump tem vindo a intensificar os esforços para cumprir a sua promessa de campanha de deportar milhões de imigrantes ilegais e demonstrou vontade de utilizar internamente o poderio militar do país, algo que outros presidentes quase sempre evitaram.
As autoridades disseram aos jornalistas que a operação desencadeada segunda-feira não era de natureza militar, e que a principal função dos soldados seria proteger os agentes de imigração em caso de concentração de uma multidão hostil.
A presença militar "vai ser mais ostensiva e abrangente do que costumamos participar", disse à AP um dos responsáveis, sob anonimato.
Os militares, adiantou o responsável, não estão a participar em qualquer atividade policial como detenções, mas podem deter temporariamente os cidadãos, se necessário, antes de os entregarem às autoridades.
A zona onde decorreu a operação é conhecida como "Ilha Ellis da Costa Oeste", em referência à ilha em Nova Iorque que serviu de ponto de entrada histórico de milhões de imigrantes na Costa Leste dos Estados Unidos.
A população da zona é constituída sobretudo por imigrantes mexicanos, centro-americanos e de outras proveniências.
Periodicamente, as autoridades desmantelam ali acampamentos e as equipas de assistência médica atendem residentes sem-abrigo.
Mais de 4.000 membros da Guarda Nacional da Califórnia e centenas de fuzileiros navais norte-americanos estão destacados em Los Angeles desde junho --- contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Na semana passada, o exército anunciou que cerca de 200 destes soldados regressariam às suas unidades para apoiar no combate a incêndios florestais.
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