Guido Princesa, porta-voz nacional para os Assuntos Internos, Segurança e Imigração, explicou num evento com o seu partido que "quantitativamente falando, o número de pessoas que entraram na Europa, que entraram em Espanha, significa que este problema já não tem uma boa solução. Só há uma má e uma menos má. A má é tornar-se como a França. A menos má são os repatriamentos em massa, um processo de remigração".
A deputada Rocío de Meer referiu-se aos oito milhões de pessoas, "mais de sete milhões, porque temos de ter em conta a segunda geração", que chegaram num período de tempo muito curto e de diferentes origens, o que lhes torna "extraordinariamente difícil adaptarem-se aos nossos costumes e usos".
"Todos estes milhões de pessoas que chegaram muito recentemente e não se adaptaram aos nossos costumes e, em muitos casos, provocaram cenas de insegurança nos nossos bairros, terão de regressar aos seus países", sublinhou a deputada do Vox, segundo gravações publicadas na conta na rede social X do grupo parlamentar do partido, durante uma aparição hoje na sua sede.
A deputada acrescentou: "Este será um processo de remigração extraordinariamente complexo, mas com o qual estamos empenhados porque acreditamos que há algo mais importante a preservar e porque temos o direito de sobreviver como povo".
Estas explicações dos líderes do Vox surgem depois de o presidente do partido, Santiago Abascal, ter criticado o bipartidarismo do PSOE (socialista) e do PP (direita) no domingo devido às "políticas de portas abertas que permitiram a chegada de uma imigração ilegal em massa".
Abascal visitou Alcalá de Henares depois de o juiz do Tribunal de Instrução nº 5 da cidade da comunidade autónoma de Madrid ter ordenado a prisão preventiva, sem direito a fiança, do homem detido como alegado autor de uma agressão sexual a uma jovem nesta localidade no dia 28 de junho.
Referindo-se a estes acontecimentos, Abascal denunciou que "o povo espanhol, com os seus impostos, está a apoiar os violadores das suas filhas e os políticos que os trazem para cá".
Também hoje, a porta-voz parlamentar Pepa Millán disse à entrada de um evento que "para entrar em Espanha é preciso respeitar os costumes, é preciso respeitar a lei e é preciso entrar legalmente, e nada além disso será permitido com o Vox no Governo", embora não se tenha referido a números específicos, pois acredita que "nem a polícia sabe atualmente quantos imigrantes ilegais existem".
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