Bruno, um cão italiano de sete anos que salvou nove pessoas e chegou a receber prémios pela sua coragem, foi encontrado morto, na manhã de quinta-feira, nos arredores de Taranto, em Itália. A morte está a ser investigada pelo Ministério Público (MP) e suspeita-se que tenha sido um ato de vingança.
Segundo a agência de notícias italiana ANSA, o cão farejador morreu após alguém ter-lhe dado uma salsicha com pregos e foi encontrado pelo próprio treinador, numa poça de sangue, no centro de treino da unidade canina da Entidade Nacional Democrática de Ação Social - ENDAS.
"Hoje morri contigo. Esta manhã, encontrei o corpo sem vida do Bruno. Infelizmente, o Bruno foi assassinado. Atiraram-lhe salsichas com pregos dentro", escreveu o treinador Arcangelo Caressa, da ENDAS, na rede social Facebook, na sexta-feira. "Mataram-no, fazendo-o sofrer durante horas".
"Adeus, meu amigo. Durante a tua curta missão, trouxeste para casa nove desaparecidos. Foste premiado pelas mais altas autoridades pelo teu trabalho. Lutaste durante toda a tua vida para ajudar os seres humanos, e foram esses mesmos seres humanos que te fizeram isto", acrescentou o responsável.
"Quando um familiar vosso precisar do Bruno, ele não estará lá", lamentou.
Na nota, Caressa agradeceu ao Ministério Público e à polícia por estarem a "procurar os responsáveis por este crime atroz".
Segundo a ANSA, o cão Bruno participou em várias operações de busca e salvamento, colaborando também com a Proteção Civil. Além disso, também participou em operações destinadas a desmantelar grupos que organizam lutas clandestinas de cães e, por isso, há quem suspeite que tenha sido morto por vingança.
Bruno recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, incluindo um entregue pela própria primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni. Nas redes sociais, a governante lamentou o "ato vil".
"Uma notícia que aperta o coração. Um ato vil, covarde, inaceitável. Obrigado por tudo o que fizeste, Bruno", escreveu na rede social X.
Una notizia che stringe il cuore. Un atto vile, codardo, inaccettabile.
— Giorgia Meloni (@GiorgiaMeloni) July 5, 2025
Grazie per tutto ciò che hai fatto, Bruno. pic.twitter.com/e5eSpPzQJ4
Também a deputada Michela Vittoria Brambilla, defensora dos direitos dos animais e fundadora da Liga Italiana para a Defesa dos Animais e do Ambiente (LEIDAA), lamentou que Bruno tenha sido condenado a "uma morte horrível, longa e dolorosa, devido a uma hemorragia interna".
"É uma vergonha pertencer à raça humana", lamentou, frisando que quem cometeu o crime "não o fez por crueldade, mas com um objetivo preciso".
"Peço às forças da ordem que envidem todos os esforços para que o responsável pela morte do Bruno seja levado à justiça", disse, citada num comunicado da LEIDAA.
"Chiedo alle forze dell’ordine di compiere ogni sforzo perché il responsabile della morte di #Bruno sia assicurato alla giustizia e ne risponda secondo le nuove norme della #LeggeBrambilla". Così l’on. @mvbrambilla commenta l’uccisione del #cane-eroe https://t.co/CD3b9JKJ5X
— Leidaa (@leidaa_italia) July 6, 2025
Já o presidente do Senado italiano, Ignazio La Russa, descreveu a morte como um "ato bárbaro e incivilizado".
"É um ato bárbaro e incivilizado sobre o qual espero que as autoridades competentes possam esclarecer totalmente. O meu carinho está com aqueles que o treinaram, que o amaram e que com ele partilharam tantos momentos bonitos e preciosos", escreveu no X.
L’uccisione di Bruno, il cane eroe dell’unità da soccorso Endas, è un atto barbaro e incivile su cui mi auguro le autorità preposte possano fare piena luce. pic.twitter.com/2YS11kS8D0
— Ignazio La Russa (@Ignazio_LaRussa) July 6, 2025
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