"A cooperação educacional entre a China e os EUA é mutuamente benéfica. A China sempre se opôs à politização nesta área", disse hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa.
Lin respondia à ordem assinada por Trump que suspende por seis meses a entrada de novos estudantes internacionais em Harvard, sob acusações de "radicalismo" e "ligações estrangeiras preocupantes" por parte do centro académico.
Pequim advertiu que esta medida vai "prejudicar a imagem e a credibilidade internacional" dos EUA e garantiu que vai defender os direitos legítimos dos seus estudantes e académicos no estrangeiro.
Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição.
O porta-voz também reagiu à nova proibição de viajar para os Estados Unidos para cidadãos de 12 países, incluindo Irão, Haiti, Guiné Equatorial, Somália e Iémen, e às restrições impostas a cidadãos de outros sete, como Cuba e Venezuela.
"Os intercâmbios interpessoais são a base fundamental para promover a compreensão e a cooperação entre os países. Esperamos que todas as partes criem condições propícias para o efeito, em vez de erguerem barreiras", afirmou Lin.
As recentes ordens executivas republicanas foram justificadas pela Casa Branca em nome da "segurança nacional", mas suscitaram críticas no país e no estrangeiro pelo seu impacto na mobilidade académica e no acesso ao ensino superior.
"Não permitiremos que o que aconteceu na Europa aconteça aos Estados Unidos", afirmou Trump, recordando que, quando regressou à Casa Branca, em janeiro, pediu ao secretário de Estado que efetuasse uma análise de segurança das regiões de alto risco e fizesse recomendações sobre as ameaças à segurança nacional.
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