"Após uma análise exaustiva e negociações intensas, decidimos, nesta fase, não avançar com a injeção de capital nem com a participação acionista na Air Europa", afirmou um porta-voz do grupo alemão citado pela agência Bloomberg.
A Air Europa contratou em janeiro a consultora PJT Partners para apoiar a procura de novos investidores, com o objetivo de reembolsar uma dívida de 475 milhões de euros contraída durante a pandemia.
No mesmo mês, foram confirmados os contactos com a Lufthansa e com o grupo Air France-KLM.
A empresa já tinha realizado no final de 2024 um aumento de capital de 81 milhões de euros, com 65 milhões injetados pela 'holding' Globalia e 16 milhões pela IAG, que assim manteve a sua participação de 20% na companhia.
A Turkish Airlines anunciou em junho que estava em conversações "não vinculativas" com a Air Europa, com o objetivo de avaliar "a oportunidade de investimento" e "explorar possíveis sinergias".
A companhia turca indicou ainda que divulgará "qualquer informação referente a novidades que possam surgir e que estejam relacionadas com as decisões dos investidores".
A par com a Air France-KLM e o International Airlines Group (IAG), que inclui a British Airways e Iberia, a Lufthansa já manifestou interesse em olhar para o caderno de encargos da TAP que deverá ser aprovado esta semana em Conselho de Ministros.
A saída da Lufthansa do processo da Air Europa poderá, assim, reorientar o interesse do grupo alemão para o dossiê português.
O processo de reprivatização da TAP foi formalmente iniciado em 10 de julho, com a aprovação, em Conselho de Ministros, do decreto-lei que estabelece os termos da operação. O diploma aguarda promulgação pelo Presidente da República.
O Governo prevê vender até 49,9% do capital da companhia aérea portuguesa, através de venda direta, com 5% reservados aos trabalhadores. A operação inclui, além da TAP, ativos como a Portugália, a unidade de cuidados de saúde da companhia, a Cateringpor (51%) e a SPdH (antiga Groundforce).
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