Rúben Neves concedeu uma extensa entrevista, na sexta-feira, ao programa 'Futebol Arte', conduzido por Luís Freitas Lobo na estação televisiva Sport TV, na qual recordou os tempos vividos no FC Porto e a mudança para a Premier League, onde voltou a ser orientado por Nuno Espírito Santo
O internacional português do Al Hilal garantiu que tem como objetivo regressar aos dragões, ele que deixou o conjunto azul e branco em 2017/18.
"Sem dúvida, em todas as entrevistas que faço digo isso. Quero voltar para jogar e ser competitivo, tenho 28 anos e sinto-me bem. Esse é um objetivo de carreira, sem dúvida, nunca fui campeão e com uma família de 60 pessoas portistas, é algo que lhes quero dar e vivenciar. Ia para os Aliados festejar títulos do FC Porto e quero estar do outro lado, a ver a minha família a festejar", começou por dizer o jogador português, que não deixou de recordar o golo do brasileiro Hulk no 5-0 ao Benfica na Luz.
"Estava como apanha-bolas. Como portista, é difícil esquecer esse jogo e esse ano. O FC Porto tinha uma equipa fantástica. Das melhores equipas! Hulk, Falcao, James, Fernando... Era uma equipa abismal, a melhor equipa do FC Porto desde que me lembro. Era sub-12 ou sub-13 e felizmente consegui assistir de perto no relvado. Fiquei do lado da baliza da claque, era o meu segundo ano de apanha-bolas e já tinha moral para escolher o lado (risos). Apanhei os dois golos do Hulk. Comecei no Lourosa dos seis aos oito anos, mais ou menos, e depois passo para o FC Porto. A minha formação foi toda no FC Porto, eu era portista ferrenho e a minha família é toda portista. Foi sem dúvida um privilégio poder fazer a minha formação lá e foi marcante poder viver estes momentos perto da equipa principal", prosseguiu o internacional português.
O internacional português deixou ainda rasgados elogios a Jorge Jesus, com quem trabalhou no Al Hilal e que será adversário na próxima temporada, dado que o amadorense está a orientar o Al Nassr, de Cristiano Ronaldo e João Félix.
"Cresci muito como jogador com o mister Jorge Jesus. Tenho um jogo que nunca vou esquecer, contra a Polónia com Portugal, em que ganhámos 3-1. Terminámos o jogo e um grande amigo meu, o Bernardo Silva, diz-me: 'Noto uma grande diferença em ti desde que trabalhas com Jorge Jesus.' Não sei se foi por esse rigor ou pela preocupação defensiva também, porque para ele a posição 6 é a posição mais importante defensivamente. O mister Jorge Jesus com a posição 6 é exigente ao máximo e nos primeiros dois meses custou-me um bocadinho, mas quando acaba o campeonato senti sem dúvida que evoluí imenso nesse aspeto do meu jogo. Nós vamos apanhando em cada treinador o melhor de cada um para construir o mais perfeito possível e o Jorge Jesus a nível defensivo foi com quem evoluí mais", confessou Rúben Neves, que destacou a intensidade do futebol saudita.
"Apanhei treinadores com essa exigência. Com Jorge Jesus é impensável não ter esse ritmo e agora com Simone Inzaghi é igual. O futebol saudita neste momento está a evoluir imenso. Estou lá há dois anos e de um ano para outro notamos uma diferença enorme, mas comparo-o à liga portuguesa, que tem três, quatro clubes grandes, cinco com o Vitória SC a chegar, e depois os outros são jogos normalmente em que as equipas grandes sobressaem. Na liga saudita temos cinco equipas grandes e é tentar ser o mais competitivo possível", finalizou o internacional por Portugal.
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