O responsável pelo departamento de segurança da Nvidia, David Reber Jr., partilhou uma publicação no blogue oficial onde afirma que não será incluída qualquer forma de o governo dos EUA aceder às GPUs.
A publicação chega numa altura em que a Nvidia tem estado no meio de ‘guerra’ entre os EUA e a China. Se por um lado há quem nos EUA defenda que a Nvidia deve incluir ‘portas de traseiras’ nestas GPUs, oficiais do governo chinês acreditam que estes componentes já incluem formas de acesso para proveito do governo norte-americano.
“Para mitigar o risco de uso indevido, alguns comentadores e legisladores propõem exigir ‘interruptores de segurança’ ou controlos integrados que possam desativar GPUs sem o conhecimento ou consentimento do utilizador”, escreve David Reber Jr. “Alguns suspeitam que até já podem existir”.
“Não existem ‘portas de traseiras’ secretas que sejam boas, são apenas vulnerabilidades perigosas que têm de ser eliminadas”, afirma o responsável de segurança, notando que este tipo de mecanismos são “um convite ao desastre” que podem também “prejudicar os interesses económicos e de segurança nacional” dos EUA.
A controvérsia surge poucas semanas depois de Pequim ter saudado a decisão de Washington de voltar a autorizar a venda destes 'chips' à China, após uma suspensão imposta no âmbito da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O 'chip' H20 é uma das versões de menor capacidade desenvolvidas pela Nvidia para o mercado chinês, em resposta às restrições impostas nos últimos anos pelos EUA sobre a exportação de chips avançados utilizados em inteligência artificial -- um setor estratégico tanto para os Estados Unidos como para a China, que ainda depende do exterior neste domínio.
Durante o período em que o H20 esteve impedido de entrar no mercado chinês, vários distribuidores locais passaram a oferecer outros modelos mais potentes, como o B200 -- utilizado por empresas como OpenAI, Google ou Meta para treinar modelos de inteligência artificial - no que o jornal britânico Financial Times descreveu como um "mercado negro em expansão".
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