De acordo com um artigo publicado na revista Nature Astronomy pelo cientista-chefe do projeto, Hou Zengqian, e outros investigadores, a missão envolverá dois lançamentos separados.
As naves levarão entre sete e oito meses a chegar a Marte, onde permanecerão cerca de um ano antes de regressar, num processo com duração total de mais de três anos. O objetivo é recolher pelo menos 500 gramas de material do planeta vermelho.
A missão tem três metas principais: procurar sinais de vida passada em Marte, como fósseis ou biomarcadores; estudar a evolução da habitabilidade do planeta, incluindo água, atmosfera e possíveis oceanos; e investigar a estrutura geológica e a história evolutiva desde a superfície até ao subsolo.
A recolha de amostras será feita através de três métodos: raspagem superficial, perfuração profunda e recolha assistida por veículos aéreos não tripulado ('drone'). Ao contrário de outras missões, a Tianwen-3 não incluirá um veículo explorador, mas sim um 'drone' capaz de operar num raio de vários centenas de metros a partir do ponto de pouso. Uma das inovações será a capacidade de perfurar até dois metros de profundidade, algo ainda não tentado em missões anteriores.
De uma lista inicial com mais de 80 locais possíveis para o pouso, os cientistas reduziram as opções a 19 e planeiam escolher três locais finalistas até ao final de 2026, segundo o artigo, citado hoje pela imprensa local.
A missão integrará um rigoroso protocolo de proteção planetária para evitar contaminações cruzadas entre Marte e a Terra. As amostras serão transportadas para um laboratório especializado de alta segurança, onde passarão por processos de esterilização, abertura, análise e avaliação de riscos biológicos.
A China tem investido fortemente no programa espacial nos últimos anos, com conquistas como a aterragem da sonda Chang'e 4 no lado oculto da Lua, a chegada a Marte com a missão Tianwen-1 e a construção da estação espacial Tiangong.
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