O candidato presidencial Luís Marques Mendes recusou, este sábado, comentar sobre uma eventual candidatura de António Sampaio da Nóvoa à Presidência da República, defendendo que "as guerras de saber quem é ou não é candidato não resolvem o problema de nenhum português".
"Se o professor Sampaio da Nóvoa decidir apresentar a sua candidatura, eu faço aquilo que faço com todos os candidatos: Saúdo-o democraticamente", afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a Monção.
Nas Presidenciais de 2016, recorde-se, António Sampaio da Nóvoa foi o segundo mais votado, ficando atrás de Marcelo Rebelo de Sousa. Na altura, sem apoio explícito do Partido Socialista (PS), conquistou 1.062.38 votos (22,88%), enquanto o atual chefe Estado obteve quase dois milhões e meio de votos (52%).
No entanto, o antigo presidente do Partido Social Democrata (PSD) considerou que "mais importante do que as guerras de saber quem vai ou não vai ser candidato" é "falar do país, para o país, e do problema das pessoas".
"Estas guerras de saber quem é ou não é candidato não resolvem o problema de nenhum português e os portugueses hoje estão preocupados com a sua vida, com o custo de vida, com os problemas na Saúde, na Educação…", atirou.
Marques Mendes reiterou que a sua "única preocupação" é concentrar-se "nos problemas das pessoas" e defendeu que "quem é candidato à Presidência da República deve preocupar-se com as pessoas e não com jogos políticos".
Lei da Nacionalidade? Imigrantes "são uma oportunidade, não um problema"
Sobre a Lei da Nacionalidade, o candidato presidencial defendeu que a "imigração é uma oportunidade para Portugal" e que "os imigrantes são importantes porque ajudam a Segurança Social, ajudam as empresas a fazer investimentos e ajudam a criar investimento".
"São uma oportunidade, não são um problema. Agora, tem de ser uma imigração regulada, controlada, com portas que não sejam escancaradas. E é por isso que é preciso fazer alguns retoques na lei de imigração e espero que sejam feitos com equilíbrio", adiantou.
Recorde-se que as propostas de lei do Governo e os projetos-lei do Chega sobre a Lei da Nacionalidade e a imigração baixaram à fase de especialidade sem serem votadas na generalidade no plenário, na sexta-feira, na Assembleia da República.
A proposta de lei do Governo de alteração ao diploma da nacionalidade, que será agora discutida em comissão, quer aumentar o período de permanência em Portugal exigido para a obtenção da cidadania (de cinco para 7 ou 10 anos, consoante se trate de cidadãos lusófonos ou não lusófonos).
O Governo prevê, ainda, a possibilidade da perda da nacionalidade para os naturalizados há menos de 10 anos e sejam condenados a pena de prisão efetiva igual ou superior a 5 anos pela prática de crimes graves. Quanto à atribuição de nacionalidade originária a descendentes de estrangeiros residentes em Portugal, passa a exigir-se a residência legal durante o período de três anos.
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