Ana Gomes analisou este domingo, no espaço de comentário habitual, na SIC Notícias, a derrota do Partido Socialista (PS) nas eleições legislativas, assim como o estado do partido.
Para a antiga eurodeputada socialista, a reflexão do que se passa com o partido é necessária mas é "para se ir fazendo".
"O PS existe como força fundamental na vida política do nosso país, tem de ir fazendo uma reflexão ao mesmo tempo que vai gerindo as situações com que se depara e que, evidentemente, neste momento são duras porque, de facto, houve um hecatombe para o PS na noite eleitoral", admitiu.
No entanto, ao contrário "daqueles que tentam por todas as culpas em Pedro Nuno Santos", Ana Gomes defendeu que o 'tombo' do PS foi "provocado por muitas coisas" e "não ocorreu agora".
"O PS tendo estado no poder nestes últimos 30 anos é o partido que concentra os ressentimentos de muita parte da população, que está a viver mal, que está a viver com dificuldades e explica uma boa parte da transferência de votos para outros partidos e até para o Chega, que não vive só do ressentimento, há outros fatores, mas esse é também um fator", notou, defendendo que o PS tem de refletir "não apenas sobre o período em que Pedro Nuno Santos esteve à frente do PS, mas sim o período anterior a ele, que é muito responsável pelos problemas que Pedro Nuno Santos herdou e que o país tem".
"O PS tem de refletir sobre aquilo que disse, por exemplo, Manuel Alegre, 'reconectar' com a população, com os mais pobres, com os mais vulneráveis, com os jovens. É impossível um partido ter futuro se não tem jovens e isso está para além da forma de comunicar. Tem a ver com as propostas concretas, com os programas, propostas apelativas para a resolução dos problemas das pessoas [...]. O PS tem de refletir, assumir erros, corrigir e ir para diante. Precisa regenerar e rapidamente", atirou.
Já sobre a saída de Pedro Nuno Santos, Ana Gomes reiterou que este "saiu com dignidade, assumindo as suas responsabilidades" e que espera que ele "não vá embora, que assuma o lugar no Parlamento e contribua para a reflexão que o PS necessita".
Recorde-se que nas eleições antecipadas do domingo, 18 de maio, a AD ganhou as eleições, enquanto o PS ficou empatado, pelo menos para já, em segundo lugar com o Chega, correndo o risco de ser ultrapassado pelo partido liderado por André Ventura, durante a contagem dos votos dos emigrantes.
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