O comandante nacional da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, explicou, este domingo, que o fumo tem dificultado a utilização de aeronaves no combate aos incêndios. Salientou ainda que há nove ocorrências que "apresentam mais preocupação".
"Temos tido em Portugal uma situação meteorológica que, de acordo com o IPMA, causou um aprisionamento do fumo nas camadas mais inferiores da atmosfera e que nos tem causado problemas significativos na utilização dos meios aéreos, uma vez que temos os centros de meios aéreos cobertos de fumo, o que não nos permite, em segurança, operar com essas aeronaves", começou por referir o comandante no briefing desta tarde, pelas 14h00.
Mário Silvestre notou que o dia de ontem e a manhã deste domingo revelaram-se "extremamente complexos do ponto de vista da utilização das aeronaves" e que "houve aeronaves com zero horas de voo porque nunca foi possível, - por questões de segurança - colocá-las em operação".
Ocorrências? 22 tiveram início no período noturno
"Até às 12h30 do dia de hoje registámos 28 ocorrências. Destas 28, 22 ocorrências tiveram início no período noturno, ou seja, entre as 00h00 e as 08h00 de hoje. Empenharam 368 operacionais e 99 meios terrestres e conseguimos realizar, após a abertura dos CMA, apesar das condições meteorológicas, 39 missões aéreas.", sublinhou.
Mário Silvestre notou que há nove ocorrências que "apresentam mais preocupação", referindo-se aos incêndios que lavram em Trancoso (Beiras e Serra da Estrela), Vila Boa (Sátão), Piódão (Arganil), Candal (Lousã), Pêra do Moço (Guarda), Poiares (Freixo de Espada à Cinta), Aldeia de Santo António e Sortelha (Sabugal) e Vilarinho (Tarouca).
"Estas ocorrências estão a emprenhar 3.226 operacionais, 1.100 veículos e 13 meios aéreos", afirmou.
Referiu também que em fase de resolução, conclusão e vigilância estão "28 ocorrências" e que "estão a empenhar 713 operacionais, 216 veículos e 12 meios aéreos". "Nas ocorrências em curso e nas ocorrências em resolução, o dispositivo está a empenhar 3.975 operacionais".
Quanto a feridos, o comandante da Proteção Civil adiantou que, este domingo, têm a registar "um sinistrado", que foi "evacuado para unidade hospitalar".
No entanto, referiu que, no dia de sábado, os números trazem "a complexidade da severidade do incêndio e, no fundo, a entrega de todos os operacionais e a própria população que se colocaram na defesa dos bens e das pessoas", destacou, acrescentando que foram assistidas 68 pessoas, 79 evacuados à unidade hospitalar.
Sublinhou que "do ponto de vista dos combatentes", as situações não são "muito graves". "A situação mais grave que temos reportada foi uma fratura de um membro inferior de um bombeiro".
Já nos civis, foram "42 assistidos" e 28 foram transportados para o hospital: "Temos conhecimento de uma cidadã, ferida grave porque caiu numa zona de incêndio e a terra estava bastante quente e acabou por ter queimaduras em 30% do corpo. Isto com as informações que temos até ao momento."
Mário Silvestre informou que o estado de prontidão "vai manter-se nos próximos dias", no nível 4, e "mantém-se até ao dia de hoje a declaração da situação de alerta".
[Notícia atualizada às 14h54]
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