Em causa está o parecer não vinculativo necessário para o Governo poder avançar formalmente com a nomeação de Emídio Gomes para o cargo, depois de ter avançado essa intenção à Área Metropolitana do Porto (AMP).
A proposta de parecer favorável não registou objeção de nenhum dos 10 autarcas presentes na reunião do Conselho Metropolitano (órgão que reúne os 17 autarcas), que decorreu hoje na sede da AMP, no Porto.
Os autarcas aprovaram ainda os nomes da presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro (PS), do presidente da Câmara da Maia, Silva Tiago (PSD), e de Cristina Pimentel (independente) como vogais não executivos da Metro do Porto no próximo mandato.
Segundo o presidente da AMP, Jorge Sequeira, houve um voto em branco em Luísa Salgueiro, um em Silva Tiago e dois em Cristina Pimentel.
Se Luísa Salgueiro e Silva Tiago já ocupavam cargos não executivos na empresa, Cristina Pimentel, que é presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP, detida maioritariamente pelo município do Porto), regressa à Metro do Porto após se ter demitido em novembro de 2024.
À data, ao sair de vogal não executiva, alegou falta de confiança institucional e acusou o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, de faltar à verdade, considerando estarem "irremediavelmente comprometidas as relações de confiança exigíveis para a manutenção do cargo".
Cristina Pimentel acusou então Tiago Braga de procurar "responsabilizar a STCP pelos atrasos e indefinições do projeto das futuras linhas de metrobus na cidade do Porto", e à data a Metro do Porto não quis comentar.
O Governo quer nomear o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Emídio Gomes, para presidente da Metro do Porto, substituindo Tiago Braga, que está no cargo desde 2019.
"O acionista Estado tenciona designar o Professor Doutor Emídio Gomes para exercer, em simultâneo, os cargos de Presidente do Conselho de Administração e de Presidente da Comissão Executiva da empresa, para o mandato 2025-2027", pode ler-se numa carta remetida pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação à Área Metropolitana do Porto (AMP) a que a Lusa teve acesso.
Emídio Gomes, atual reitor da UTAD e antigo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) entre 2013 e 2016, é licenciado em Engenharia Zootécnica (UTAD) e mestre e doutor em Ciências Biomédicas (Universidade do Porto), sendo Professor Catedrático do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS), no Porto, desde 2000.
Foi também Pró-Reitor da Universidade do Porto para a Inovação e Relações Empresariais (2009-2011) e Administrador Executivo da Junta Metropolitana do Porto (2005-2009), a antecessora da atual Área Metropolitana.
Vai substituir Tiago Braga, que passou da administração da Metro do Porto (onde estava desde 2016) para a presidência em 2019, então nomeado pelo Governo do PS e cujo mandato foi renovado em 2022, tendo terminado no final de 2024.
Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação e 85 estações, espalhadas pelos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Estão em construção a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), e a Linha Rubi (H), entre Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia) e Casa da Música (Porto).
O metrobus Casa da Música - Império, contratado e executado pela Metro do Porto e cuja operação será feita pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), também aguarda entrada em funcionamento.
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