"Confirma-se a instauração de inquérito que teve origem em participações recebidas. O mesmo corre termos no Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa", refere o MP em resposta à agência Lusa.
Uma das queixas enviadas ao MP partiu da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), na sequência de mais de uma centena de denúncias recebidas contra um criador de conteúdos digitais por declarações divulgadas que "desrespeitam gravemente os direitos das mulheres e espalham desinformação sobre o aborto".
O 'influencer' em causa tem perto de um milhão de seguidores nas redes sociais e no sábado fez uma publicação no X, entretanto eliminada pela plataforma, em que acusa as mulheres de recorrer ao aborto como método contracetivo.
Embora o MP não identifique o 'influencer' em causa, a CIG indicou que se trata do criador de conteúdos conhecido como Numeiro, que, recentemente, se posicionou contra o aborto, partilhando declarações como: "Vocês [mulheres] são só umas p**** que querem levar na c*** sem consequência. Aborto não é contraceptivo."
Os comentários foram feitos nas redes sociais no final de maio, mas, recorde-se, o criador de conteúdos digitais já tinha sido alvo de polémica quando, em abril, disse que "mulher que namora não sai à noite."
Na sequência das denúncias, a CIG apresentou queixa junto do MP "por factos que podem eventualmente configurar discurso de ódio e eventualmente incitamento ao ódio contra as mulheres, no sentido de apurar eventuais responsabilidades legais".
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