O primeiro-ministro, Luís Montenegro, mantém o economista doutorado pelo Birkbeck College, University of London, para continuar o trabalho iniciado em abril do ano passado e interrompido onze meses depois na sequência da queda do Governo.
Fernando Alexandre conseguiu chegar a acordo com os professores quanto ao modelo de recuperação faseada do tempo de serviço congelado durante a Troika, pondo fim a greves e manifestações pelo direito à contagem integral do tempo de serviço.
Dos onze meses de liderança destacou-se também o programa para reduzir o número de alunos sem aulas, abrindo as escolas a docentes que já tinham abandonado a carreira, mas também a profissionais de outras áreas.
A avaliação da redução de alunos sem aulas foi uma das principais polémicas do seu curto mandato, depois de os dados apresentados pela tutela terem sido contestados por vários partidos da oposição.
Fernando Alexandre acabou por admitir que tinha havido erros nos cálculos e a pedir uma auditoria, mas os resultados desse estudo continuam por revelar.
Outra das polémicas prendeu-se com a revisão dos programas do Ensino Básico e Secundário, devido a declarações do primeiro-ministro que elegeu a revisão da disciplina de Cidadania como uma das prioridades do Governo, defendendo a necessidade de retirar do programa aquilo a que chamou de "amarras a projetos ideológicos ou de fação".
O processo de avaliação e revisão dos programas iniciou-se no anterior mandato com o objetivo de conseguir introduzir mudanças já em setembro, no próximo ano letivo.
Natural da Gafanha da Nazaré, Fernando Alexandre chegou no ano passado ao cargo de ministro mas já trazia experiência de governação: Entre 2013 e 2015 foi secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, no governo de Pedro Passos Coelho.
O seu nome também está associado ao grupo independente que estudou as soluções para o novo aeroporto de Lisboa, tendo sido escolhido em 2023 como coordenador responsável pela análise da avaliação económica e financeira do novo aeroporto.
Em 2022, recebeu o Prémio de Mérito Científico da Universidade do Minho, instituição onde é professor associado com agregação e onde exerceu as funções de Pró-Reitor e de presidente da Escola de Economia e Gestão e diretor do Departamento de Economia.
Autor e coordenador de vários livros sobre a economia portuguesa e de duas dezenas de artigos publicados em revistas científicas internacionais, Fernando Alexandre foi também vice-presidente do Conselho Económico e Social.
O economista tem como principais áreas de investigação a macroeconomia, economia monetária e financeira, economia portuguesa, segurança social e estudos de impacto económico e social, segundo o perfil de docente na página da Universidade do Minho.
Foi consultor de instituições públicas e privadas, incluindo a Comissão Europeia e o Governo português.
Na comunicação social, foi membro do painel de comentadores da RTP e colunista dos jornais Eco e Observador.
A proposta de nomeação de Fernando Alexandre consta de uma nota no portal da Presidência da República, divulgada após o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter aceitado a lista de ministros do XXV Governo Constitucional entregue pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.
Luís Montenegro e os ministros do XXV Governo Constitucional tomam posse na quinta-feira.
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