"Hoje aprovámos o plano para a próxima fase da guerra", declarou Eyal Zamir, durante uma visita no terreno à Faixa de Gaza, citado num comunicado do exército.
"Manteremos o ímpeto da operação, concentrando-nos na cidade de Gaza", acrescentou, referindo-se à ofensiva de grande escala anunciada em meados de maio pelo exército no território palestiniano, em guerra há 22 meses.
Sublinhando que Gaza é considerada por Israel um dos últimos bastiões do movimento islamita palestiniano Hamas, Eyal Zamir afirmou que os ataques continuarão até à sua "derrota decisiva", com os reféns "no centro" das preocupações israelitas.
As declarações do chefe do Estado-Maior sobre "planos que visam ocupar Gaza são a promessa de uma nova vaga de extermínio e deslocamento massivo", reagiu o movimento islamita no seu 'site' oficial.
O Hamas considera tratar-se de "um crime de guerra de grande dimensão, que reflete o desprezo do ocupante pelas leis internacionais e humanitárias", levado a cabo "com o apoio político e militar dos Estados Unidos, que deram carta branca a Israel".
Israel afirmou estar a preparar-se para assumir o controlo da cidade de Gaza e de campos de refugiados vizinhos, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas e libertar os reféns raptados durante o ataque de 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha anunciado no final da semana passada a aprovação deste novo plano, ratificado pelo seu gabinete de segurança, para uma nova fase das operações na Faixa de Gaza, já sem referência à operação anunciada em maio.
Essa operação "atingiu os seus objetivos, o Hamas já não tem as mesmas capacidades de antes", afirmou o chefe do exército.
"A campanha atual não é pontual", mas insere-se "numa estratégia planeada a longo prazo" que visa em primeiro lugar o Irão, adiantou, sem, no entanto, fazer referência ao plano de Netanyahu.
Na sexta-feira, o exército tinha confirmado que as suas tropas estavam a levar a cabo uma série de operações na periferia da cidade de Gaza, onde os habitantes relatam há vários dias intensos bombardeamentos e incursões terrestres.
Na noite de sábado, o Cogat, organismo dependente do Ministério da Defesa e responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinianos, anunciou que a partir de hoje seriam "fornecidas tendas e outros equipamentos de abrigo no âmbito dos preparativos de Tsahal para deslocar a população das zonas de combate para o sul da Faixa de Gaza, para sua proteção".
Estas declarações "do ocupante, sobre a instalação de tendas no sul de Gaza sob um pretexto 'humanitário', representam uma flagrante manobra de engano para encobrir o massacre iminente e o deslocamento forçado", reagiu o Hamas.
Segundo a rádio militar, o objetivo do exército seria, até 07 de outubro, não só "retirar a população da cidade de Gaza, mas também concluir o cerco da cidade e assumir o seu controlo operacional".
"Pelo menos quatro divisões serão destacadas para a Faixa de Gaza no âmbito da nova operação", acrescentou a rádio, referindo a mobilização de "várias brigadas da reserva, ou seja, dezenas de milhares de soldados de reserva".
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