A atualização da Operação Aspides da UE ocorreu enquanto forças de segurança privadas continuam a procurar sobreviventes do Eternity C, um graneleiro de propriedade grega afundado na quarta-feira.
Dez pessoas foram recuperadas com vida, incluindo oito tripulantes filipinos e um grego e um indiano da equipa de segurança da embarcação, informou a operação da UE.
Quinze pessoas continuam desaparecidas, incluindo os quatro presumivelmente mortos, informou a missão.
"Todos os navios próximos são aconselhados a estarem atentos", disse a missão da UE.
Os Hutis, movimento xiita que que controla grande parte do Iémen, disseram ter feito reféns entre a tripulação.
A Embaixada dos EUA no Iémen --- que opera a partir da Arábia Saudita há cerca de uma década --- afirmou que os Hutis "raptaram" os marinheiros.
O número de mortos é o maior de qualquer ataque marítimo levado a cabo até hoje pelos Hutis, apoiados pelo Irão, na crucial rota comercial marítima por onde circula anualmente carga avaliada em 1 bilião de dólares.
Os rebeldes afirmam estar a atacar navios para apoiar os palestinianos na Faixa de Gaza na guerra entre Israel e o Hamas e, no total, afundaram quatro embarcações.
O ataque ao Eternity C ocorreu após o afundamento do graneleiro Magic Seas num ataque semelhante no fim de semana passado.
Nem a força naval europeia nem forças dos Estados Unidos escoltavam os dois navios quando foram atacados.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje os novos ataques dos rebeldes Hutis no mar Vermelho, avaliando tratar-se de uma perigosa escalada no conflito.
"O secretário-geral condena veementemente o retomar dos ataques Hutis contra embarcações civis que transitam pelo mar Vermelho, especialmente os ataques que ocorreram entre 06 e 08 de julho", afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
O secretário-geral pediu aos rebeldes do Iémen que não tomem qualquer ação que impeça as operações de busca e salvamento dos desaparecidos.
Para o líder dos rebeldes, o naufrágio dos dois navios é uma "lição clara" para as companhias marítimas que transportam mercadorias para Israel.
"O que aconteceu é uma lição clara para todas as empresas de transporte marítimo que operam ao serviço do inimigo israelita e que serão tratadas com este nível de firmeza", afirmou Abdulmalik al-Huthi, no discurso semanal transmitido pela televisão.
"Nenhuma empresa que transporte mercadorias para o inimigo israelita através da zona declarada de operações poderá continuar", acrescentou o líder dos rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão.
Os ataques representaram uma escalada significativa nas operações navais dos Hutis e destacaram a crescente capacidade de perturbar a atividade marítima numa das vias navegáveis mais importantes do mundo.
Os Hutis integram o chamado "eixo de resistência" contra Israel, liderado pelo Irão, de que fazem parte outros grupos extremistas da região como o Hamas, a Jihad Islâmica palestiniana ou o libanês Hezbollah.
Os rebeldes iemenitas lançaram centenas de ataques contra Israel e a navegação comercial no mar Vermelho desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023, em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas.
Desde então, as forças Hutis lançaram também centenas de mísseis contra o território israelita.
Durante o agravamento da situação militar entre Israel e o Irão, no mês passado, os Hutis interromperam os ataques que foram retomados pouco depois.
O grupo insistiu que vai continuar as ofensivas até que Israel termine a operação militar em Gaza.
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