ONU pede aos EUA que não deportem haitianos perante a violência no Haiti

A ONU pediu hoje aos Estados Unidos que não deportem mais imigrantes haitianos de volta ao seu país, onde uma escalada de violência que já matou mais de 3.100 pessoas este ano no Haiti.

prisão no Haiti, polícia

© REGINALD LOUISSAINT JR/AFP via Getty Images

Lusa
11/07/2025 17:35 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Haiti

Haitianos e venezuelanos são duas das nacionalidades mais afetadas pelas deportações dos Estados Unidos, depois de o Governo do Presidente Donald Trump ter revogado o Estatuto de Proteção Temporária (TPS), que lhes permitia residir, trabalhar ou estudar no país.

 

Estima-se que esta situação tenha colocado cerca de 800.000 imigrantes da Venezuela e do Haiti em risco de serem deportados a qualquer momento.

Na quinta-feira, as autoridades do Departamento de Segurança Interna dos EUA recomendaram que haitianos e venezuelanos se autodeportassem através de uma aplicação eletrónica, para evitar serem devolvidos à força aos seus países e enfrentarem consequências legais mais severas.

Hoje, a porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, explicou que o nível de violência no Haiti - refletido em "mais de 3.000 pessoas mortas só este ano, excluindo feridos, raptados, vítimas de violência sexual ou pessoas deslocadas" - deixa claro que este não é um lugar para onde os haitianos possam regressar.

Shamdasani insistiu que é "totalmente inapropriado" querer fazer regressar haitianos para este cenário de escalada de violência.

Dados atualizados divulgados hoje pelas Nações Unidas indicam que, desde outubro passado - quando ocorreu um massacre na região de Artibonite, que marcou um ponto de viragem nos confrontos entre gangues criminosos e grupos autoproclamados de autodefesa - foram documentadas as mortes violentas de 4.864 pessoas.

"Os abusos dos direitos humanos por parte de grupos de justiceiros aumentaram, incluindo execuções sumárias, com a participação das forças de segurança haitianas, de pessoas acusadas de apoiar os gangues", disse a porta-voz da ONU, numa conferência de imprensa em Genebra.

Leia Também: Juiz dos EUA bloqueia ordem para suspender proteção de haitianos

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