Ataques israelitas vitimaram 18 palestinianos na Faixa de Gaza, anunciaram hoje as autoridades de saúde do enclave, enquanto o exército de Israel revelou a morte de cinco soldados no norte do território.
As autoridades de saúde do Hospital Nasser, para onde foram levadas as vítimas de dois ataques israelitas, disseram que um dos bombardeamentos teve como alvo tendas que abrigavam deslocados em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, matando quatro pessoas.
Um ataque separado, também contra Khan Younis, matou mais quatro pessoas, incluindo um casal com dois filhos, disseram as autoridades.
No centro de Gaza, ataques israelitas atingiram um grupo de pessoas, matando dez e ferindo outras 72, de acordo com um comunicado do Hospital Awda, em Nuseirat.
O exército israelita não comentou até ao momento os ataques.
Um oficial da segurança israelita afirmou que cinco soldados morreram após a detonação de engenhos explosivos durante uma operação militar na zona de Beit Hanoun, no norte de Gaza, um dos primeiros alvos da guerra e uma zona onde Israel tem combatido repetidamente contra militantes islamitas.
Os militantes abriram também fogo contra as forças que evacuavam os soldados feridos, disse o dirigente, que pediu para não ser identificado, uma vez que não estava autorizado a discutir o incidente com os meios de comunicação social.
O exército disse que dois soldados ficaram gravemente feridos no ataque, que eleva o número de soldados mortos para 888 desde o início da guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas, em outubro de 2023.
Os soldados caíram "numa campanha para derrotar o Hamas" e libertar todos os reféns israelitas, disse, em comunicado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enviou condolências pelas mortes.
As mortes acontecem numa altura em que Netanyahu estava em Washington, onde discutiu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pormenores de um acordo de tréguas de 60 dias em Gaza.
Netanyahu disse a jornalistas estar "perto de encontrar vários países" dispostos a acolher os palestinianos que desejem abandonar a Faixa de Gaza, algo que Trump confirmou.
Questionado sobre se a proposta de deslocação dos residentes para fora da Faixa de Gaza se mantém, Donald Trump deu a palavra a Netanyahu, que declarou: "Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair".
"Estamos a trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar países que estejam dispostos a tornar realidade o que sempre dizem: que querem dar aos palestinianos um futuro melhor. Penso que estamos perto de o conseguir com uma série de países", disse Netanyahu.
Os países árabes vizinhos rejeitaram a ideia de Trump, qualificando-a de limpeza étnica e afirmando que tornaria impossível a futura criação de um Estado palestiniano.
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