O Metropol, um jornal financiado pelo governo da Hungria, está a ser alvo de críticas, após ter pedido aos leitores para enviarem fotografias de mulheres em minissaia e divulgado as imagens sem o seu consentimento.
Segundo o site de notícias húngaro Telex, as fotografias foram tiradas em espaços públicos e publicadas na coluna 'Tire uma foto e envie-a', sob o mote "Quanto mais curta, melhor".
"Quanto mais curta, melhor. Esta afirmação é certamente verdadeira para a moda. Mas no caso das saias e vestidos usados pelas raparigas, é certamente verdadeira com o início do verão", escreveu o jornal.
Após a publicação, cerca de 60 ativistas manifestaram-se em frente à redação do Metropol, entoando frases como "Assédio não é jornalismo" e "O meu corpo não é um objeto".
A Associação PATENT, uma organização de direitos civis, condenou veementemente o artigo, descrevendo-o como "objetificação flagrante e sexismo vil".
"Os homens que tiram fotos por baixo das saias das mulheres nem precisam de se esconder mais. Podem enviar orgulhosamente a sua 'presa' para um jornal de grande circulação, que publica as imagens com comentários repugnantes em duas páginas", denunciou o grupo, citado pelo Telex.
Também o grupo feminista My Voice My Choice alertou que "estas ações não são inofensivas". "Ensinam as pessoas a tratar as mulheres como alvos, dizem aos homens que é normal perseguir, olhar, capturar e partilhar", escreveu na rede social X.
Hungarian Pro-Gov Paper Encourages Public Abuse of Women
— My Voice My Choice (@MVMC_24) June 5, 2025
We received messages from women, alerting us about Metropol—a free, pro-government newspaper distributed across Hungary—that invited readers to secretly take photos of women in short skirts: The shorter, the better! pic.twitter.com/Jtdkq890fs
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