Segundo um balanço divulgado pela polícia alemã, desde 08 de maio foram detetadas 4.128 tentativas de entrada irregular através das fronteiras terrestres da Alemanha.
A 3.278 pessoas foi recusada a entrada ou foram devolvidas na própria fronteira ou nas suas imediações --- as chamadas "devoluções a quente" ---, entre as quais 160 tinham manifestado a intenção de pedir asilo na Alemanha.
Por outro lado, a 46 pessoas pertencentes a "grupos vulneráveis" --- como crianças ou mulheres grávidas --- foi permitido apresentar formalmente um pedido de asilo.
A polícia referiu ainda que, durante os controlos fronteiriços realizados nessas quatro semanas, foram detidas 859 pessoas com mandados de captura, bem como 139 presumíveis traficantes de seres humanos.
Além disso, foram intercetadas 184 pessoas que já tinham sido expulsas anteriormente e às quais estava proibida a entrada no país.
Durante a campanha eleitoral para as legislativas de 23 de fevereiro, que foi dominada pelo tema da migração, num contexto de subida da extrema-direita e de ataques realizados por estrangeiros, Friedrich Merz prometeu que, caso chegasse ao poder, não permitiria a entrada de requerentes de asilo e que estes seriam imediatamente rejeitados nas fronteiras terrestres.
A 07 de maio, um dia após a tomada de posse do novo executivo, o Ministério do Interior ordenou o reforço dos controlos fronteiriços existentes e determinou que fosse negada a passagem a pessoas em situação irregular, mesmo que manifestassem intenção de pedir asilo.
Contudo, o Governo sofreu esta semana um revés judicial, quando um tribunal deu provimento a medidas cautelares apresentadas por três cidadãos somalis que tinham sido recusados na fronteira com a Polónia.
O tribunal considerou que, nos termos do chamado Regulamento de Dublin, as autoridades alemãs estão obrigadas a analisar cada caso individualmente e a determinar se existe realmente outro país europeu responsável pelo pedido de asilo.
Apesar disso, o Governo de Merz afirmou que continuará a aplicar esta prática --- cuja base legal é considerada duvidosa por vários críticos --- e que tenciona contestar a decisão judicial.
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