Ao "posicionar-se como uma estrutura independente", a organização não-governamental efetua "todo o seu trabalho em conformidade com as prioridades do Governo britânico (...) e é financiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros desse país", indicou o Ministério Público em comunicado, ao justificar a decisão.
O British Council foi fundado em 1934 e legalmente constituído por decreto real em 1940, pode ler-se no 'site' da instituição em Portugal, que refere ainda que se trata de "uma empresa pública, uma instituição beneficente e um organismo público não ministerial que opera independentemente do Governo britânico".
Presente em mais de 100 países, o British Council tem como um dos objetivos "promover as relações culturais e a compreensão de diferentes culturas entre pessoas e povos do Reino Unido e de outros países".
"Sob o pretexto de atividades educativas e culturais (...) e do ensino da língua inglesa, os membros do conselho promovem, na verdade, os interesses a longo prazo e valores britânicos", acrescentou o Ministério Público russo, acusando a instituição de "fazer propaganda ativa" do movimento LGBT, proibido na Rússia por ser considerado extremista pelas autoridades.
A ONG também implementa "diferentes projetos que visam desacreditar continuamente a política interna e externa russa", afirma-se na nota.
De acordo com um comunicado citado pelas agências de notícias russas, o serviço de segurança da Rússia (FSB) acusou o British Council de participar em operações dos serviços especiais britânicos "que visam minar a soberania dos países independentes".
Na prática, o estatuto de indesejável obriga as organizações em questão a encerrar as portas na Rússia.
Os cidadãos russos que trabalham para estas organizações, as financiam ou são colaboradores também podem ser sujeitos a processos judiciais.
A Rússia elaborou pela primeira vez uma lista de indesejáveis em 2015. A lista conta agora com 229 organizações.
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