A declaração do Comando surge na sequência do recente anúncio do Gabinete de Segurança Pública da cidade de Cantão, no sudeste da China, que ofereceu recompensas a quem ajudar a capturar mais de 20 pessoas alegadamente ligadas à entidade taiwanesa, que acusa de estar por detrás dos ciberataques contra uma empresa tecnológica chinesa.
"O ciberataque foi dirigido e executado pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Eletrónica do Partido Democrático Progressista de Taiwan, no poder, que leva a cabo múltiplas atividades ilegais suspeitas", afirmou o Gabinete de Segurança Pública local.
Esta é a primeira vez que as autoridades de segurança pública chinesas tomam esta medida para "combater as forças separatistas de Taiwan", segundo o jornal oficial Global Times. É também "a primeira ação coordenada de repressão das atividades criminosas organizadas pelo Comando da Força de Informação, Comunicações e Eletrónica de Taiwan", acrescentou.
Em comunicado, o Comando da Força de Informação, Comunicações e Eletrónica da ilha classificou os mandados de busca e de captura como uma "operação orquestrada" que "revela uma atitude autoritária e coerciva" do Partido Comunista Chinês (PCC) "para intimidar o povo de Taiwan".
"Taiwan e a comunidade internacional publicaram relatórios que mostram que é o próprio PCC o verdadeiro suspeito por detrás dos ataques informáticos que ameaçam a cibersegurança mundial (...). Isto mostra que a China não é apenas uma ameaça regional, mas também um perigo partilhado no domínio cibernético global", afirmou.
O Comando sublinhou que estas "táticas repetitivas e desprezíveis" não afetarão "o moral e a determinação das tropas".
"Os oficiais e soldados desta unidade continuarão a defender com firmeza a soberania digital de Taiwan, enfrentando os ataques e ameaças do inimigo na linha da frente", afirmou.
Separadamente, um relatório do Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus Informáticos da China afirmou hoje que grupos de piratas informáticos apoiados por Taiwan lançaram "ataques de 'phishing'" contra instituições marítimas nas regiões costeiras da China continental no ano passado para "roubar informações marítimas e antecipar os planos operacionais dos militares chineses".
Nos últimos meses, a China tem insistido que irá "punir" os "combatentes da independência de Taiwan" ao abrigo de uma lei anti-secessão de 2005, que tem tido "uma grande influência histórica na contenção dos secessionistas e na dissuasão de interferências externas, salvaguardando a soberania nacional e a integridade territorial".
As autoridades de Pequim sempre consideraram Taiwan como uma "parte inalienável" do território chinês e não excluem o uso da força para conseguir a "reunificação" da ilha e do continente, um dos objetivos a longo prazo delineados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após a sua chegada ao poder em 2012.
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