"Uma das principais razões da minha visita a Portugal é explorar novas formas de reforçar a nossa luta contra a criminalidade organizada", anunciou Magnus Brunner em entrevista escrita à agência Lusa.
O comissário recordou que em abril a Comissão Europeia apresentou o programa ProtectEU, que inclui medidas para aumentar a eficácia no combate ao crime, e antecipou que, até ao final do ano, estas medidas serão complementadas por uma nova estratégia e um novo plano de ação da UE contra o tráfico de droga.
Magnus Brunner participa hoje no lançamento do relatório europeu referente a 2025 da Agência da União Europeia de Luta contra a Droga (EUDA), reunindo-se também com autoridades portuguesas para debater assuntos internos da UE.
À tarde, vai visitar a Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA) e reunir-se com o diretor nacional da Polícia Judiciária para discutir as prioridades em matéria de migração e segurança, incluindo a luta contra o contrabando e a criminalidade organizada.
Na sexta-feira, último dia da visita, o comissário europeu vai visitar o Centro de Análise e Operações Marítimas (MAOC-N).
"Portugal já coopera eficazmente com o resto da EU", defendeu o comissário, exemplifficando com o "sucesso de diferentes ações sob a coordenação da Europol e através da Plataforma Multidisciplinar Europeia contra as Ameaças Criminosas".
Magnus Brunner disse não ser coincidência que "agências fundamentais como a EUDA e a EMSA estarem sediadas em Portugal, bem como o MAOC-N, um interveniente fundamental" na luta contra o tráfico de droga.
O tráfico de droga continua a ser uma das principais ameaças à segurança e saúde pública na União Europeia e dados recentes evidenciam uma crescente sofisticação e expansão das redes criminosas envolvidas.
Nos últimos anos, tem-se registado um aumento das apreensões de cocaína - que atingiram 362 toneladas em 2022 - e a expansão do mercado de drogas sintéticas, como o MDMA e as metanfetaminas.
Os portos europeus, onde ocorrem cerca de 70% das apreensões, são pontos críticos na cadeia de distribuição, frequentemente explorados por redes criminosas.
Apesar dos avanços, o tráfico de droga continua profundamente ligado a outras formas de criminalidade organizada, sendo uma fonte significativa de financiamento ilegal, estimada em até 130 mil milhões de euros por ano.
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