António Guterres exige que Hutis libertem funcionários da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, assinalou hoje um ano de detenção arbitrária de dezenas de funcionários das Nações Unidas e de outras organizações internacionais no Iémen, instando os rebeldes Hutis a libertá-los "imediata e incondicionalmente".  

António Guterres

© Daniel Pier/NurPhoto via Getty Images

Lusa
02/06/2025 19:55 ‧ há 2 dias por Lusa

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Em comunicado, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, criticou a contínua detenção arbitrária de trabalhadores humanitários, avaliando tratar-se de "uma profunda injustiça" para quem dedica a vida a prestar assistência e apoio vitais ao povo do Iémen.

 

Guterres voltou ainda a condenar a morte de um trabalhador do Programa Alimentar Mundial (PAM) durante a detenção no início deste ano, frisando que os Huthis ainda não forneceram uma explicação "para esta deplorável tragédia". 

O antigo primeiro-ministro português insistiu na necessidade de uma investigação e responsabilização imediatas, transparentes e completas. 

De acordo com o líder da ONU, os ataques e detenções de trabalhadores humanitários acarretam restrições adicionais à capacidade das Nações Unidas e outras organizações de operarem eficazmente no país e minam os esforços de mediação para garantir um caminho rumo à paz. 

"Repito: insto os Hutis a libertarem imediatamente os detidos arbitrariamente. Particularmente por ocasião do Eid Al-Adha [feriado islâmico], este que é um momento para demonstrar compaixão e pôr fim ao sofrimento das famílias que enfrentam a celebração de mais um feriado sem os seus entes queridos", insistiu. 

As Nações Unidas vão continuar a trabalhar através de todos os canais possíveis para garantir a libertação segura e imediata desses trabalhadores, garantiu Guterres, apelando ainda aos Estados-membros para que continuem a manifestar solidariedade aos detidos e a intensificar a defesa da libertação. 

Desde 31 de maio de 2024, os rebeldes detiveram 13 funcionários das Nações Unidas e pelo menos 50 trabalhadores de organizações da sociedade civil iemenitas e internacionais, disseram as organizações não-governamentais (ONG) Human Rights Watch (HRW) e a Amnistia Internacional (AI) num comunicado conjunto.

Os Hutis apenas libertaram até à data um membro do pessoal da ONU, cinco funcionários de ONG e um trabalhador de uma missão diplomática.

Pelo menos 50 pessoas continuam detidas atualmente "sem acesso adequado a advogados ou às famílias, e sem qualquer acusação", denunciaram ainda a HRW e a AI na semana passada.

Contudo, desde 2021 que os Hutis vêm detendo vários funcionários das Nações Unidas, de ONG nacionais e internacionais, organizações da sociedade civil e missões diplomáticas. 

Estas detenções, repetidamente denunciadas pela ONU, surgem no meio de uma crise humanitária cada vez mais profunda no Iémen, onde quase uma década de conflito entre rebeldes e autoridades internacionalmente reconhecidas deixou 17,6 milhões de pessoas - metade da população - em situação de insegurança alimentar. 

Leia Também: Alemã Annalena Baerbock eleita presidente da Assembleia-Geral da ONU

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