Ex-presidente da RDCongo aparece perante a imprensa em Goma

O ex-presidente da República Democrática do Congo (RDCongo) Joseph Kabila apareceu hoje perante a imprensa em Goma, uma cidade do leste do país controlada pelo Movimento 23 de Março (M23).

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© JOSPIN MWISHA/AFP via Getty Images

Lusa
29/05/2025 16:41 ‧ ontem por Lusa

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RDCongo

O declarado opositor do atual presidente, Félix Tshisekedi, apresentou-se perante os jornalistas sem fazer declarações, na presença do porta-voz do grupo armado antigovernamental M23, Lawrence Kanyuka, numa das suas residências, onde recebia líderes religiosos locais.

 

Visivelmente relaxado, vestindo um fato escuro e sem a sua habitual barba, o antigo chefe de Estado mostrou-se disponível para as fotos que marcaram a sessão.

Joseph Kabila classificou na sexta-feira - no dia seguinte ao levantamento da sua imunidade parlamentar e num raro discurso transmitido 'online' -, a existência de uma "ditadura" promovida pelo Governo de Kinshasa e anunciou que estaria "nos próximos dias" em Goma.

Kabila, de 53 anos, que governou a RDCongo de 2001 a 2019, deixou o país no final de 2023, mas ainda possui uma importante rede de influência.

Em abril, o antigo chefe de Estado já tinha anunciado à imprensa que iria retornar ao país "pela parte leste", sendo que grande parte desta região está sob o controlo do M23, apoiado pelo Ruanda e o seu exército.

O leste congolês, uma região rica em recursos naturais na fronteira com o Ruanda, é dilacerado por conflitos há 30 anos.

A violência nesta zona intensificou-se nos últimos meses com a tomada do M23 das grandes cidades de Goma e Bukavu, capitais das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.

Em abril, o ministro da Justiça, Constant Mutamba, recorreu à Justiça militar para lhe instaurar um processo.

O senado acabou por levantar a imunidade de Kabila em 22 de maio, acusando-o de traição, participação num movimento insurrecional, participação em crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Esta decisão não foi uma grande surpresa, uma vez que a coligação de Félix Tshisekedi detém uma maioria esmagadora no parlamento e o partido do ex-Presidente, que boicotou as últimas eleições no final de 2023, não está representado no mesmo.

A independência do poder judicial na RDCongo, país vizinho de Angola, é, além disso, regularmente posta em causa.

Leia Também: OMS alerta para grandes surtos de mpox na Serra Leoa, RDCongo e Uganda

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