"A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia", disse Merz, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler.
"Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos", explicou Merz, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.
O chefe de Governo alemão denunciou o ataque "sem escrúpulos" da Rússia a alvos civis, como cidades, jardins de infância, hospitais e lares de idosos, algo que a Ucrânia não faz, disse Merz, sublinhando que o Ocidente "atribui grande importância em garantir que isto continua".
"Um país que só consegue defender-se de um agressor no seu próprio território não se está a defender suficientemente", comentou o chanceler alemão conservador, para justificar a decisão de permitir o uso de armas do seu país contra alvos militares na Rússia.
O seu antecessor, o social-democrata Olaf Scholz, recusou terminantemente fornecer estes mísseis à Ucrânia, argumentando que a Rússia poderia interpretar isto como o envolvimento direto da Alemanha na guerra.
Entretanto, os media alemães anunciaram hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitará Berlim na quarta-feira, embora o Governo alemão ainda não tenha confirmado essa visita.
A agenda das negociações entre os dois países inclui um novo pacote de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia, bem como aspetos técnicos que visam potenciais negociações de paz.
Zelensky, de acordo com a publicação alemã Der Spiegel, deverá encontrar-se com Merz, mas vai também reunir-se com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.
Zelensky e Merz já tiveram um primeiro encontro em Kiev, onde o líder alemão foi acompanhado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelos primeiros-ministros do Reino Unido e da Polónia, Keir Starmer e Donald Tusk, respetivamente.
[Notícia atualizada às 16h51]
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