O evento tem lugar de 01 a 05 de junho no Parque Victoria, que durante mais de três décadas, até 2019, foi o local das vigílias anuais em honra das vítimas do massacre de Tiananmen.
Rock Chen, da Associação de Moradores Unidos de Zhejiang, disse ao jornal de Hong Kong South China Morning Post que o programa e o local são "os mesmos dos anos anteriores", sublinhando que "não há intenção de ofuscar o aniversário" do 04 de junho de 1989.
Este ano, o carnaval vai incluir "experiências de inovação e tecnologia, uma competição desportiva, bem como delícias culinárias tradicionais e espetáculos culturais de várias províncias chinesas".
Durante três décadas, Hong Kong e Macau foram os únicos locais em solo chinês onde o movimento de repressão foi lembrado de forma pacífica, com vigílias anuais que, no caso de Hong Kong, reuniam dezenas de milhares de cidadãos.
Desde 2020, as autoridades proibiram a vigília, invocando a necessidade de proteger a saúde pública no contexto da pandemia de covid-19. Uma decisão que marcou um ponto de viragem na história da celebração nestas duas regiões administrativas especiais.
Em Hong Kong, o grupo que organizava a vigília dissolveu-se em agosto de 2021, invocando um ambiente político cada vez mais restritivo, na sequência da aplicação da lei de segurança nacional, imposta por Pequim no ano anterior.
Neste novo contexto, grupos pró-Pequim ocuparam o mesmo espaço para realizar eventos que supostamente celebram a diversidade da cidade, refletindo uma transformação significativa na paisagem política e social da região semiautónoma.
Em 2021, a polícia de Macau citou pela primeira vez razões políticas para interditar a comemoração, uma decisão validada posteriormente pelo Tribunal de Última Instância, que rejeitou um recurso apresentado pela União de Macau para o Desenvolvimento da Democracia (UMDD), que durante décadas organizou a vigília.
Em maio de 2023, os responsáveis da UMDD decidiram extinguir a associação "tendo em conta a revisão da lei de segurança nacional e a imprevisibilidade do futuro", disse na altura à Lusa o antigo deputado Au Kam San.
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