Há décadas que investigadores elogiam os benefícios do consumo de mirtilos para a pele. Ricos em antioxidantes, compostos naturais que previnem danos celulares combatendo os radicais livres, estão entre as defesas alimentares mais potentes contra o envelhecimento precoce.
Agora, um novo estudo descobriu que existe outra maneira pela qual os mirtilos podem reverter o envelhecimento da pele.
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Publicado no Journal of Dermatologic Science and Cosmetic Technology, o novo estudo descobriu que o pterostilbeno, um composto encontrado nos mirtilos e estruturalmente semelhante ao resveratrol, melhora os sinais visíveis de envelhecimento em apenas 28 dias quando aplicado topicamente no rosto.
Para testar o composto, um grupo de cientistas na China formulou uma emulsão para cuidados com a pele que continha 0,1% de pterostilbeno. Reunindo 31 participantes para testar o produto ao longo de 28 dias, a equipa utilizou um método duplo-cego, com duas faces separadas, instruindo os participantes a aplicar a emulsão de pterostilbeno num lado do rosto e uma emulsão placebo no outro. Nem os participantes nem os investigadores sabiam que lado tinha recebido qual tratamento até à conclusão do estudo.
A equipa utilizou uma série de ferramentas de análise de cuidados com a pele para determinar os efeitos antienvelhecimento do ingrediente. Entre elas, estavam o Skin Elasticity Tester Cutometer dual MPA580, o sistema de análise e imagem facial VISIA-CR, o sistema de imagem 3D de microestrutura da pele PRIMOSCR e o sistema de imagem de microscopia de dois fótons in vivo SUPERVISION-780, pode ler-se no estudo.
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Os participantes também partilharam duas autoavaliações após 14 e 28 dias de uso contínuo.
Usando essas ferramentas e relatórios, os cientistas descobriram que o tratamento tópico melhorou a elasticidade e a firmeza da pele e reduziu as rugas na testa, na área sob os olhos e os pés de galinha nos cantos externos dos olhos.
"Também aumentou a espessura da camada da epiderme, melhorou o colagénio e as fibras elásticas e minimizou os poros da pele", afirmou o coautor Zhiyuan Chen, fundador da Guangzhou Luanying Cosmetics Co., à SciTechDaily.
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Além disso, todos os participantes relataram um maior nível de satisfação subjetiva com os resultados da emulsão de pterostilbeno, em comparação com o produto de controlo.
Os autores do estudo afirmam que a extração deste ingrediente específico pode levar a novos avanços nos cuidados com a pele - não apenas melhorando a aparência e a textura da pele, mas também combatendo a inflamação crónica e os danos causados pelos raios UV. Observam ainda que apresenta "uma maior biodisponibilidade e potência farmacológica em comparação com o seu composto original, o resveratrol".
Os cientistas também estão a começar a investigar os benefícios mais amplos do pterostilbeno para a saúde, afirmando que ele beneficia o cérebro e o coração, bem como o controlo do açúcar no sangue e o metabolismo. Além disso, ainda tem potenciais efeitos anticancerígenos, tornando-se um destaque no mundo do bem-estar preventivo.
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A equipa por trás do estudo pede mais investigações, mas diz que em breve poderemos ver o aumento da popularidade dos antioxidantes no uso de cuidados para com a pele.
"As melhorias significativas em vários parâmetros da pele e o feedback positivo dos participantes destacam a eficácia do pterostilbeno, o que pode mudar a maneira como abordamos as formulações dos cuidados antienvelhecimento da pele", concluiu Xueping Chen, também coautor do estudo.
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