Morreu o ator Luís Lucas, aos 73 anos. A notícia foi partilhada na página de Instagram de Diogo Infante, que fez uma publicação a lamentar a partida do colega e amigo. Entretanto, a notícia foi confirmada por José Raposo ao Notícias ao Minuto.
"Querido Luís Lucas, saíste de cena precocemente. Vamos ter que adiar a nossa colaboração teatral. Boa viagem! Boa viagem! A vida é isto…", disse junto de uma fotografia do ator.
Logo após a partilha, a caixa de comentários da publicação começou desde logo a receber mensagens de apoio e a lamentar a partida do artista.
"Um choque! Das pessoas mais lindas que vieram a este mundo! Além do grande ator que todos conhecemos claro", comentou José Raposo na publicação de Diogo Infante.
"Fiquei muito triste com esta notícia. O Luís Lucas era um excelente ator. Descanse em paz, Sr. Luís Lucas", disse uma internauta.
"Os meus sentimentos à família e amigos, um grande obrigado por tudo o que nos destes nos palcos e nos ecrãs", escreveu outra.
"Vi-o na terça-feira no São José, os meus sentimentos à família e amigos, que tenha o descanso merecido", pode ainda ler-se entre as muitas reações.
A Academia Portuguesa de Cinema também já fez, entretanto, uma publicação nas redes sociais a noticiar a partida de Luís Lucas, enaltecendo o teu currículo no mundo da representação.
"É com a maior tristeza que damos a notícia da partida do actor Luis Lucas, querido membro da Academia Portuguesa de Cinema. Nascido a 16 de junho de 1952, em Lisboa, Luis Lucas deixa um legado inestimável para o teatro, o cinema e a televisão em Portugal.
Desde jovem, Luís Lucas demonstrou uma profunda paixão pelo palco. Formou-se no Conservatório Nacional e foi um dos membros fundadores do grupo Comuna – Teatro de Pesquisa, tendo trabalhado também com companhias como a Cornucópia, Cómicos, Teatro da Graça, entre outros. A sua versatilidade e rigor artístico marcaram várias gerações de atores e encenadores.
No cinema, Luís Lucas participou em algumas das obras mais marcantes do cinema português, incluindo 'Alexandre e Rosa' (1978), 'Passagem ou Meio Caminho' (1980), 'Dina e Django' (1981), 'Rita' (1981), 'Ninguém Duas Vezes' (1984), 'Le Soulier de Satin' (1985), 'Um Adeus Português' (1985), 'O Bobo' (1987), 'Tempos Difíceis' (1988), 'Non ou a Vã Glória de Mandar' (1990), 'A Idade Maior' (1991), 'Aqui na Terra' (1993), 'Longe da Vista' (1998), 'Camarate' (2001), 'A Passagem da Noite' (2002), 'Dot.com' (2007), 'Sombras Brancas' (2023) ou 'O Vento Assobiando nas Gruas' (2023). A sua presença intensa, natural e carismática tornou-o um rosto familiar e muito requisitado.
Na televisão, marcou presença em inúmeras séries e novelas, do icónico 'Duarte & Companhia' nos anos 80, a títulos como 'Médico de Família', 'Jornalistas', 'Ganância', 'Liberdade 21', 'Perfeito Coração', 'Equador', 'O Beijo do Escorpião' ou 'Coração d’Ouro'. Foi ainda a inconfundível voz narradora de 'Conta-me Como Foi', série da RTP que acompanhou várias gerações de portugueses.
A sua voz e talento também se estenderam à dobragem e locução, participando em inúmeros projetos de animação, séries e publicidade, com uma entrega sempre reconhecível.
Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, Luís Lucas construiu uma obra sólida e diversa, deixando uma marca indelével no panorama artístico português. Colegas e público recordarão sempre a sua generosidade, humor, a seriedade profissional e a capacidade de transitar, com igual excelência, entre o drama mais denso e a comédia mais leve.
Com a sua partida, desaparece um dos maiores intérpretes da nossa cena artística, mas permanece a memória de um trabalho ímpar que continuará a inspirar atores, realizadores e espectadores."
Em conversa com o Notícias ao Minuto, José Raposo recordou carinhosamente o colega e amigo como "uma uma pessoa limpíssima".
"Ele era uma pessoa muito bonita por dentro e por fora. Mas como ser humano, as pessoas que não o conheceram não têm noção da dimensão humana que o Luís tinha."
[Notícia atualizada às 11h59]