Joaquim de Almeida foi um dos convidados do programa 'Alô Portugal' desta semana, na SIC, tendo tido a oportunidade de falar da sua carreira internacional de ator, na qual somou variados sucessos.
Atualmente, o artista português, de 68 anos, encontra-se a viver em Portugal, depois de ter passado 48 anos nos Estados Unidos. Este revela que preferiu mudar-se para cá e, quando é necessário, viaja até lá para gravar filmes e outras produções.
"Resolvi mudar porque não fazia sentido ter uma casa em Los Angeles, que fica tão longe, para estar lá dois meses por ano. Já não se filma em Los Angeles", realçou, notando as mudanças na indústria do cinema.
Como surgiu a paixão pela representação
Joaquim de Almeida conta que a sua paixão pela representação surgiu quando era jovem, durante uma das suas viagens de comboio pela Europa. Em Paris, França, conheceu uma atriz francesa, com quem teve um caso - a qual o levou a conhecer a arte.
"Fui com ela aos ensaios e havia um ator que se atrasava sempre e eles pediram: 'importas-te de ler?' e eu disse 'está bem'", relata.
"Foi nesta viagem que eu disse: 'epá, isto é uma profissão!' Quando cheguei a Lisboa fui ao Conservatório Nacional para saber o que tinha de fazer, como é que entrava na escola de teatro", recorda.
Durante esta época, Joaquim fazia de tudo para ter o seu pé de meia. "Tinha quatro empregos: era cozinheiro na Faculdade de Ciências, figurante especial no Teatro São Carlos, depois fui a um programa que era o 'Bobi' e tinha a bolsa de estudo da Gulbenkian", descreve, não contendo o riso.
"Depois fiz dois anos no Conservatório Nacional, no terceiro ano veio a Revolução de 1974, há uma mudança política grande e quem sofre é a Cultura: fecharam o Conservatório", faz saber, notando que decidiu prosseguir com os estudos no estrangeiro.
A ida para os Estados Unidos
Depois de tomar a decisão em estudar fora, Joaquim de Almeida vai para Viena, na Áustria, e acaba por ficar a viver durante seis meses na casa do maestro Vitorino de Almeida a convite do próprio. Nesse período conhece uma pianista clássica húngara que precisava de ir para os Estados Unidos, pois tinha ganho uma bolsa de estudo.
O ator decidiu casar-se com a pianista, de maneira a que esta conseguisse um passaporte português, pois uma vez indo para os Estados Unidos e tendo origem num país comunista, a família poderia sofrer repercussões.
"Primeiro fui aprender inglês bem, porque na altura não falava inglês muito bem. Ao fim de três meses já falava inglês suficiente para ir para a escola de teatro", esclarece, afirmando que ficou lá durante quatro anos, enquanto trabalhava como bartender e fazia peças de teatro para ganhar experiência.
Foi numa dessas peças que uma agente o encontrou e propôs que fizesse duas audições, tendo conseguido a participação num anúncio e num filme.
Leia Também: Sou teu amigo sim! Celebridades de Hollywood que são amigas inseparáveis