No fecho da sessão, o índice Dow Jones (+1,89%) bateu o seu máximo de dezembro, atingindo os 45.631,74 pontos.
O índice Nasdaq ganhou 1,88%, para os 21.496 pontos, e o índice S&P 500 avançou 1,52%, para os 6.466 pontos.
"Todos os olhares estavam postos no discurso do senhor Powell, cuja principal conclusão foi que foi mais complacente do que o esperado", destacou à agência France-Presse (AFP) Angelo Kourkafas, da Edward Jones.
Desde a conferência dos banqueiros centrais em Jackson Hole, no Wyoming, o presidente da Fed tem afirmado que uma deterioração rápida no mercado de trabalho dos EUA não pode ser descartada e poderia justificar um relaxamento da política monetária e, portanto, das taxas de juro.
A reação dos mercados foi rápida, com os principais índices norte-americanos em alta, enquanto os títulos do Tesouro norte-americano caíam, arrastando consigo o dólar.
No mercado obrigacionista dos EUA, o rendimento a dois anos --- o mais sensível aos desenvolvimentos monetários --- caiu de 3,78% no fecho de quinta-feira para 3,69% por volta das 21:20 (hora de Lisboa).
O rendimento a dez anos também caiu acentuadamente, de 4,33% na quinta-feira para 4,25%.
"Um corte das taxas de juro em setembro não é necessariamente garantido, mas mostra que a Fed está pronta para reduzir as taxas, desde que o índice de inflação do IPC do próximo mês não surpreenda pela positiva", defendeu Angelo Kourkafas.
A Fed está numa "situação delicada", de acordo com Jerome Powell, uma vez que as novas tarifas sobre os produtos importados começam a ser repercutidas simultaneamente nos consumidores, com o risco de reacender a inflação.
Mas Powell e os membros do comité de política da Fed "estão hoje mais sensíveis à desaceleração do mercado de trabalho", garantiu Angelo Kourkafas.
A grande maioria dos investidores prevê agora uma flexibilização das taxas já em setembro, de acordo com a ferramenta de monitorização FedWatch da CME.
As ações de serviços financeiros estavam em alta, incluindo a Goldman Sachs (+3,62%) e a American Express (+3,57%).
Os grupos da construção civil também saudaram a possibilidade de custos de crédito mais baixos para os norte-americanos: a Mohawk Industries subiu 7,28% e a Builders FirstSource, 8,43%.
Noutras partes, a especialista em chips e processadores Intel (+5,53%, para 24,80 dólares) ganhou terreno depois de Donald Trump ter garantido que a empresa tinha concordado em vender 10% das suas ações ao governo norte-americano.
A plataforma de videoconferência Zoom (subida de 12,71%, para 82,47 dólares) disparou após divulgar resultados e previsões que superaram as expectativas do mercado, impulsionada sobretudo pelos seus investimentos em inteligência artificial (IA).
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