Na sequência dos múltiplos fogos que têm atingido o país, e também o Centro, e que levaram à declaração da situação de alerta desde 02 de agosto, a NERC reclamou "medidas urgentes de apoio para os empresários e cidadãos da região de Coimbra".
Lamentando a morte do bombeiro que faleceu a caminho do combate a um incêndio na Covilhã, "no cumprimento do seu dever", e do antigo autarca da Guarda, quando "tentava salvar bens e pessoas", a associação considerou a situação atual "mais uma tragédia que tem ferido nestes últimos dias todos os portugueses".
"Estes homens e mulheres estão no limite! Estão cansados, exaustos, entregues a uma luta desequilibrada contra o fogo, contra o esquecimento e contra a falta de meios. E, apesar disso, continuam a correr para dentro do perigo quando todos fogem dele. A realidade é dura e injusta para os nossos bombeiros, empresários e cidadãos do interior da região de Coimbra e na região Centro, que enfrentam diariamente esta calamidade!", afirmou a NERC no comunicado hoje enviado à agência Lusa.
A atual vaga de incêndios "expõe as fragilidades existentes, nomeadamente no interior de Portugal, no que respeita à prevenção, limpeza e combate aos incêndios florestais".
Em consequência, a associação empresarial defende ser "preciso auditar onde foram investidas as verbas do Centro2020 e do PRR" destinadas a "várias intervenções após a calamidade de 2017, que por coincidência ou não, afetou esta mesma região, estes mesmos empreendedores, no flagelado interior da região Centro".
"A NERC, os empresários da região de Coimbra, a sociedade civil em geral, exigem saber o que foi feito às verbas do PRR afetas ao apoio florestal, cadastral e outros".
Mais concretamente, questionou: "Onde param os fundos comunitários do programa 'Aldeia Segura Pessoas Seguras'?".
A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) é visada pela associação, que pede explicações sobre a concretização das redes de defesa da floresta contra incêndios (RDFCI), que visa prevenir e dificultar a propagação de incêndios e facilitar o acesso e intervenção do combate a fogos através de aceiros.
"Com a realidade atual, e ao constatarmos que a área do território ardido, uma grande parte pertencente à CIMRC (Lousã, Miranda do Corvo, Vila Nova de Poiares, Tábua, Arganil, Oliveira do Hospital, Góis, Pampilhosa da Serra), importa auditar para onde foram os milhões de euros atribuídos para cumprimento dos objetivos RDFCI".
A NERC quer também explicações da CIMRC sobre "o porquê de lançar um concurso SIRESP, durante a calamidade, em mais de meio milhão de euros". O investimento foi anunciado no dia 18 de agosto.
A associação compromete-se a "reivindicar junto das entidades governamentais, intermunicipais e municipais, medidas concretas de apoio aos empresários e cidadãos da região de Coimbra".
Por forma a auxiliar "todos os empresários e cidadãos afetados por esta calamidade da região de Coimbra e da região Centro", a associação disponibiliza um canal de apoio, através do endereço [email protected].
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