O Plano de Expansão do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) até ao limite máximo de 45 movimentos por hora foi entregue ao Governo pela ANA - Aeroportos de Portugal em 05 de agosto e vai agora ser analisado pela tutela e entidades competentes do setor da aviação.
Num comunicado, a Plataforma Cívica Aeroporto Fora, Lisboa Melhora relembrou hoje ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que se comprometeu "com o então primeiro-ministro, António Costa, a uma solução de regime que permitisse deslocalizar o aeroporto da Portela", quando na oposição, no verão de 2022.
No entanto, em 05 de agosto, "no dia em que recebeu o Plano de Expansão do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) da concessionária, o Governo cedeu às pretensões da ANA/Vinci de ampliar o aeroporto Humberto Delgado, num investimento de 300 milhões de euros notoriamente caro e ocioso, relegando assim para segundo plano a construção da nova solução aeroportuária", destacou a plataforma cívica.
O relatório apresentado pela ANA será analisado pelo Governo, que, tendo em conta a "complexidade e especificidade técnica da matéria", pediu às entidades competentes do setor a apreciação do plano, adiantou o Ministério das Infraestruturas, num comunicado.
Uma vez validado pelas entidades competentes e aprovado pelo Governo, segue-se a elaboração, por parte da ANA, do Estudo de Impacte Ambiental, que será depois submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
"Apelamos à APA que chumbe um projeto que apenas vai perpetuar uma estrutura cuja transferência há mais de cinco décadas era já defendida pelo então responsável municipal de Higiene Urbana, denunciando a Portela como um atentado à saúde pública", acrescentou o grupo de cidadãos.
Na nota, a plataforma defendeu que "é urgente ter uma estratégia aeroportuária centrada no interesse do país", em vez de uma "flagrante violação do interesse público, favorecendo os interesses privados e o 'lobby' turístico".
"É urgente construir o aeroporto Luís de Camões. Não daqui a dez anos. Hoje. Porque na verdade já deveria ter sido ontem", defenderam os cidadãos.
O grupo pretende também que os moradores sejam ouvidos e envolvidos "na decisão sobre o destino a dar aos terrenos da Portela, que devem ser devolvidos a todos (...) e à fruição ecológica e de lazer".
O Plano de Expansão do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, resulta da decisão do Governo de reforçar a capacidade da Portela até à entrada em operação do Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, "a qual se prevê que aconteça em cerca de dez anos".
Com mais de 500 hectares, o Aeroporto Humberto Delgado serve Lisboa desde 1942 e a ideia é desmantelá-lo uma vez concluída a nova infraestrutura na margem sul do rio Tejo.
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